OMS reconhece que epidemia continua se expandindo apesar de ações como restrições ao cigarro e advertências nos maços
O número de pessoas que se beneficiam de alguma medida antifumo aumentou em 1,1 bilhão nos últimos dois anos, mas estes esforços foram compensados pela publicidade e promoção do cigarro, financiada pela indústria tabaqueira.
Assim revela o estudo elaborado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) centrado no impacto da Convenção-Quadro para Controle do Tabaco, que está em vigor desde 2005 e foi divulgado nesta quinta-feira, 15, em Genebra.
Com foco no Dia Mundial contra o Tabaco (31 de maio), que este ano gira em torno das "interferências" da indústria nos esforços internacionais para reduzir o consumo de tabaco, o documento oferece uma imagem dos avanços conquistados, mas também reconhece que "a epidemia continua se expandindo".
Segundo a OMS, as principais razões para essa crescente é a publicidade e a promoção que a indústria tabaqueira faz direta ou indiretamente, o crescimento da população em países onde o uso do tabaco segue crescendo e também porque é extremamente difícil parar de fumar devido ao alto nível aditivo do tabaco.
Neste relatório, a OMS também destaca o aumento vertiginoso do número de pessoas que estão sendo beneficiadas por uma ou mais medidas de controle antifume, que atualmente atende a 3,8 bilhões de pessoas (55% da população mundial).
No entanto, três quartos dessas pessoas se beneficiam apenas de uma única medida antifumo: as advertências em texto e imagem que são estampadas nos maços de cigarros e de charutos para evidenciar os riscos que o cigarro implica para a saúde.
Desta forma, somente pouco mais de 1 bilhão de pessoas estão sendo beneficiadas por duas ou mais medidas antifumo. Nos últimos dois anos, o avanço foi notável, já que mais de 30 países introduziram pelo menos uma medida contra o tabaco em sua legislação.
No plano financeiro, o relatório exalta os progressos para aumentar os impostos do tabaco, mas lamenta que isto não se reflita nem de longe no financiamento das atividades dirigidas a redução de seu consumo.
Atualmente, segundo a OMS, os Governos arrecadam US$ 133 bilhões em impostos ao tabaco, mas gasta-se menos de 1 bilhão com campanhas de controle de uso, um déficit que é mais evidente nos países mais pobres.
A cada ano, o consumo de tabaco é responsável pela morte de 6 milhões de pessoas, incluindo 600 mil que não fumam, mas que são expostas à fumaça. Segundo as projeções da organização sanitária, a probabilidade é que mais da metade dos consumidores de tabaco morram por causas relacionadas a esse hábito, uma média considerada muito alta pela OMS.
Fonte Estadão
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