Maria José Alves, Directora do Serviço de Obstetrícia da Maternidade Alfredo da Costa sobre decisão de fechar a unidade.
Correio da Manhã – Como rebate os argumentos do Governo para fechar a MAC?
Maria José Alves – É evidente que as maternidades têm de mudar e ter outros serviços. Em Paris, foi inaugurada em Fevereiro a maternidade de Port Royal--St. Vincent de Paul, programada para seis mil partos por ano.
Integraram apenas serviços de cirurgia e reanimação. Pelos vistos, os franceses não acham antiquada a ideia de uma grande maternidade.
– O Governo afirma que os partos de risco já eram feitos no Hospital D. Estefânia...
– Não é verdade, nunca o foi. Cerca de 60% dos partos feitos na MAC são gravidezes de risco. O ministro [da Saúde, Paulo Macedo] está a ser mal informado e por isso gostaríamos de chegar a ele para o poder esclarecer.
– E os argumentos financeiros de que haverá duplicação de serviços se a MAC não fechar?
– O Governo fala no investimento de milhões no Hospital São Francisco Xavier, mas essa foi uma decisão mal orientada, porque antes de se investir é preciso saber se há uma equipa disposta a trabalhar em serviço público. Não queremos desbaratar o esforço financeiro, mas não se pode colmatar um erro com outro erro. Provavelmente, as instalações do São Francisco Xavier podem ser usadas para outras valências. E na MAC também se investiu 11 milhões de euros desde 2006 em obras.
– Teme que o fecho da MAC provoque desemprego?
– Sim. Quando a tutela afirma que as equipas vão ser deslocadas para outras instituições, está a falar nos médicos. Mas as equipas são também enfermeiros, técnicos e assistentes operacionais. Muitos iriam para o desemprego com o desmantelamento das equipas.
Fonte Correio da Manhã
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