De janeiro até agora, a ilha teve número de casos suspeitos quase cinco vezes maior do que o do mesmo período de 2011
Área de proteção ambiental e parque nacional marinho, a ilha de Fernando de Noronha enfrenta o primeiro surto de dengue da história. De janeiro de 2012 até agora, a ilha registrou um número quase cinco vezes maior de casos suspeitos em relação mesmo período de 2011.
No ano passado, no intervalo de quase cinco meses, foram registrados 28 casos suspeitos, 12 deles confirmados. Neste ano, no mesmo período, foram 130 casos suspeitos - 17 confirmados, 50 descartados e 63 aguardam resultado do exames de sangue.
De acordo com a coordenadora de Saúde de Fernando de Noronha, Fátima Souza, o aumento de casos já caracteriza um surto. “O crescimento da frequência (de casos) é uma realidade, mas a situação está sob controle”, afirmou Fátima. A coordenadora destaca que, no período de chuvas, é natural que ocorra um aumento da doença, pois calor e umidade favorecem a proliferação do Aedes Aegypti.
Até o momento não houve registro do tipo 4 da dengue e várias ações estão sendo desenvolvidas com o objetivo de evitar que a situação fuja do controle.
A coordenadora local da Vigilância Sanitária, Liliane Silvestre, destaca que a ilha é uma porta de entrada da dengue, por receber turistas brasileiros e do exterior. “Alguns deles podem chegar já infectados”, afirma Fátima. Além disso, muitos moradores da ilha visitam o continente e, quando retornam, podem estar infectados.
Combate
Fernando de Noronha é distrito do Estado de Pernambuco e tem uma população de 2.695 pessoas (censo de 2010) e 951 imóveis. Quando um caso é confirmado, a moradia do infectado é vistoriada e os focos são retirados. É feito um combate com larvicida biológico.
Nesse trabalho, a vigilância conta com a parceria da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que fornece os kits para diagnóstico rápido e armadilhas para a captura do mosquito.
Nem todos os casos suspeitos têm confirmação rápida por meio do teste NS1, que fornece diagnóstico imediato. Quando não há exame em estoque, o teste é concluído no Laboratório Central de Pernambuco, no Recife.
Liliane afirma que todos os imóveis são vistoriados várias vezes ao ano, mesmo as moradias onde não há suspeita de dengue. O objetivo é a prevenção, evitando que depósitos de água fiquem abertos e objetos possam acumular água. Segundo ela, o maior problema é que a população não tem feito esforços suficientes para evitar o acúmulo de lixo.
Fonte Estadão
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