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terça-feira, 10 de julho de 2012

Pick eating: adultos também sofrem com o transtorno de alimentação seletiva

Pessoas adultas que selecionam demasiadamente os alimentos que comem podem sofrer de um problema que vem sendo observado há pouco tempo pelos pesquisadores: o transtorno de alimentação seletiva.

Esses indivíduos não só evitam alguns tipos de comidas (coisa que a maioria das pessoas faz vez ou outra), mas se dizem incapazes de comer certos alimentos. “Pessoas que são seletivas nesse nível não estão fazendo somente algo como evitar comer certos vegetais, ou então carne, porque não estão com vontade ou por opção, mas porque criam uma regra complexa, quase irracional, que não é alterada jamais”, explica Nancy Zucker, pesquisadora da Universidade de Duke, nos EUA.

Nos casos observados por Zucker durante sua pesquisa sobre o tema – publicada no periódico International Journal of Eating Disorders -, algumas pessoas chegavam a ter problemas no trabalho, nas suas vidas sociais e também se preocupavam com o modelo de comportamento que estavam passando para seus filhos.

Zucker aponta que a maioria dessas pessoas fica embaraçada quando tem de explicar o motivo de seus repertórios alimentares serem tão reduzido e chegam a esconder o transtorno, evitando ir a eventos sociais onde haja comes e bebes ou então criando desculpas para contornar os questionamentos sobre sua alimentação.

Alta prevalência
A prevalência desse tipo de comportamento pode ser mais alta do que se tem notícia até então, diz Zucker, que com uma equipe de pesquisadores chegou a fazer uma coleta de dados on-line sobre adultos com traços de pick eaters. A resposta inicial foi de quase de 7 mil pessoas, sendo que outros 11 mil indivíduos não completaram o questionário até o final.

As análises preliminares desses dados sugerem que esse tipo de problema tem traços distintos de outros tipos de transtornos alimentares. O questionário também procurou identificar traços de outras condições, como o transtorno obsessivo-compulsivo, anorexia e bulimia nervosa, por exemplo.

Os pesquisadores observam, ainda, que os “comedores seletivos” (em tradução livre) tendem a gostar de uma série de alimentos em comum, especialmente aqueles industrializados e com sabores pouco acentuados. Entretanto, eles também gostam de comidas salgadas, especialmente as batatas fritas. As carnes são limitadas ao máximo e os vegetais, frutas e bebidas alcoólicas são considerados quase intragáveis.

Paladares muito aguçados?
Uma hipótese é que esses indivíduos tenham um paladar acima do normal, o que as faria sentir sabores que podem afastá-las de certos alimentos. Mas os pesquisadores evitam explicar com certeza essa seleção alimentar, pois sabores fortes não são necessariamente ruins e muitas pessoas com paladares apurados não são extremamente seletivas.

Outra hipótese seria que os comedores seletivos podem basear suas escolhas em outras pistas sensoriais além do paladar, como cheiro, aparência e textura de certas comidas. “Alguns alimentos podem não parecer como algo a ser consumido por alguns indivíduos”, diz Zucker.

Associação negativa com a comida
Os pick eaters adultos também podem ter alguma associação negativa com a comida. Isso poderia ser reflexo de um problema gastrointestinal na infância, por exemplo. Ou então pode ser resultado de eventos traumáticos envolvendo o horário ou o ritual da alimentação.

Crianças podem se tornar comedores seletivos quando o ambiente onde ocorrem as refeições é coercivo ou tenso, explica Zucker. “As refeições em família deveriam ser positivas. Não é o local onde uma briga entre os pais ou cobrança por resultados acadêmicos devem ocorrer. E se isso ocorre com certa frequência, as crianças podem associar as comidas, os cheiros e as texturas a essa experiência negativa”, diz.

Pais têm papel fundamental
Os pais têm papel fundamental nessa e em outras atitudes à mesa. “Todos têm algo que têm dificuldade de lidar. As crianças precisam aprender a lidar com seus problemas alimentares ou isso, como vemos, pode se tornar um problema em longo prazo”, diz Ellyn Satters, nutróloga envolvida na pesquisa.

Para contornar o problema, diz Zucker, o primeiro passo é aumentar, aos poucos, o repertório alimentar do indivíduo. Ao mesmo tempo, os amigos e a família têm de ajudá-los também, não forçando esses indivíduos a experimentar algo diferente em uma reunião social. “Essas pessoas não estão fazendo isso porque querem, mas porque têm, possivelmente, um transtorno, e precisam de apoio para se sentir seguras e ampliar o rol de alimentos que as interessa”, finaliza.

Fonte O que eu tenho

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