Descoberta pode contribuir para pesquisas e tratamentos contra a infertilidade masculina
Na corrida pela fertilização, até 600 mil células microscópicas navegam pelo útero para alcançar a trompa para, por fim, ultrapassar a barreira do óvulo. Nessa batalha, há apenas um vencedor: aquele que será o responsável por passar à criança as informações genéticas do pai. A variação no DNA dos milhares de espermatozoides de um único homem é maior do que se acreditava, de acordo com uma pesquisa publicada na edição neste mês na revista Cell. Pela primeira vez, um grupo de cientistas sequenciou completamente o genoma de espermatozoides humanos, o que, de acordo com eles, poderá ajudar em pesquisas sobre a infertilidade masculina.
Depois de uma década de estudos, os pesquisadores da Universidade de Stanford (EUA) conseguiram chegar a uma técnica que decifrou o genoma de uma das menores células do organismo, que mede apenas 1/1.500 centímetros. Para isso, eles recolheram a amostra de um homem de 40 anos, saudável e com filhos, e escolheram 100 espermatozoides. Desses, 91 passaram pelo método. Jianbin Wang, aluno de graduação que assina o artigo como primeiro autor, diz que o que mais fascinou os cientistas foi o alto grau de variação dessas células.
— Cada espermatozoide tem um genoma único, com padrões únicos de recombinação e mutação. Essa diversidade pode fornecer habilidades de fertilização diferentes para cada uma dessas células do esperma — diz Wang.
O sequenciamento individual dos espermatozoides permitirá mapear as recombinações e entender como elas diferem as pessoas de uma forma bem mais ampla — afirma Barry Behr, coautor do estudo e um dos diretores do programa de estudos da infertilidade da Universidade de Stanford.
O especialista acredita que a tecnologia poderá ajudar a compreender melhor os distúrbios reprodutivos, refinando os atuais métodos de reprodução assistidas que, para ele, ainda são "bastante incipientes".
Fonte Zero Hora
Nenhum comentário:
Postar um comentário