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quarta-feira, 1 de agosto de 2012

"O Truvada não é uma bala de prata," afirmam médicos americanos

A Associação Médica Americana volta a insistir na importância dos profissionais incentivarem a prática do sexo seguro

A Associação Médica Americana volta a insistir na importância da utilização consciente do Truvada por profissionais de saúde. Embora muitos profissionais de saúde tenham aplaudido a última ação da FDA, eles estão conscientes de que a droga não vai acabar com a epidemia.

Profissionais especializados em cuidar de pacientes com Aids enfatizam a importância do sexo seguro. "O Truvada será mais uma ferramenta útil, mas não é uma grande mudança no jogo. Não é uma bala de prata," disse Laurie Dill, diretora médica da organização sem fins lucrativos Medical AIDS Outreach of Alabama.

Antes de prescrever a medicação, os profissionais devem discutir com os pacientes porque eles poderiam se beneficiar da droga e educá-los sobre como usá-la adequadamente, disse Harvey Makadon, diretor do National LGBT Health Education Center at Fenway Institute in Boston, entidade que trabalha com programa de pesquisa do HIV.

O medicamento, aprovado para uso nos Estados Unidos, em 16 de julho, pelo Food and Drug Administration (FDA), tem como objetivo reduzir a infecção de HIV/Aids em pacientes de alto risco.

De acordo com o Center for Disesase Control and Prevention (CDC), os médicos são incentivados a discutir as vantagens e desvantagens da medicação com pacientes de alto risco, que incluem homens homossexuais e bissexuais que têm múltiplos parceiros sexuais. Outros candidatos potenciais são pessoas não infectadas em uma relação de longo prazo com uma pessoa que tem HIV / AIDS e heterossexuais que se envolvem regularmente em um comportamento sexual arriscado.

O CDC ainda não emitiu orientações oficiais sobre a prescrição da pílula para a pré-exposição, mas a entidade deixa claro que o Truvada não é um substituto para práticas sexuais seguras. "Para alguns indivíduos com alto risco de infecção pelo HIV, a profilaxia pré-exposição pode representar um método essencial de prevenção. Mas não vai ser bom para todos, e nunca deve ser visto como uma primeira linha de defesa ."

Ferramentas para os profissionais de saúde
Para garantir que os médicos façam uma utilização racional do Truvada, comunicando claramente aos pacientes a importância de praticar sexo seguro paralelamente ao uso da medicação, o FDA desenvolveu junto com o fabricante do remédio, Gilead Sciences, um programa de educação voluntária para todos os profissionais que prescrevem o medicamento.

A instrução inclui um guia de treinamento sobre o uso correto de Truvada e um folheto de segurança que discrimina potenciais efeitos colaterais da droga que incluem dor abdominal, diarréia e náuseas, bem como a complicação menos comum de diminuição da densidade mineral óssea, segundo a FDA.

Um requisito fundamental para a prescrição de Truvada é confirmar que o indivíduo é HIV-negativo com realização de testes a cada três meses. È recomendado a interrupção do tratamento, se o indivíduo for contaminado, a fim de reduzir o risco de o paciente desenvolver resistência ao medicamento.

A esperança é que, ao longo do tempo, a taxa de novas infecções seja diminuída nos EUA, mas alguns médicos questionam a eficácia clínica. Um dos maiores problemas é conscientizar o paciente do uso constante do medicamento.

Outro complicador, segundo os médicos, é o custo da droga, cerca de US $ 11.000 por ano, inacessível para muitas pessoas que possam se beneficiar dela. Segundo estes profissionais, mesmo que as seguradoras de saúde paguem parte do tratamento, o que pode ser possível de acordo com um artigo publicado on-line, no dia 22 de julho, na revista Annals of Internal Medicine, os custos ainda seriam altos.

Outra preocupação dos profissionais de saúde é que pacientes prescritos com o Truvada desenvolvam comportamentos sexuais mais arriscados por se sentirem mais protegidos. De acordo com os responsáveis pelo desenvolvimento da droga, não houve nenhuma evidência de um aumento no comportamento sexual de risco entre os participantes dos dois grandes estudos clínicos que demonstraram a segurança e eficácia de Truvada.

Fonte isaude.net

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