Câncer de ânus |
O exame de papanicolaou, feito em mulheres para rastrear câncer do colo do útero, já vem sendo realziado em homens para detectar lesões causadas por HPV e diagnosticar câncer de ânus precocemente. No Hospital das Clínicas (HC), da Universidade de São Paulo (USP), os médicos do ambulatório de proctologia e DSTs, há cerca de seis anos, fazem o papanicolaou anal em homens.
Fábio Atui, proctologista do ambulatório do HC, diz que o tabu sobre o assunto é uma barreira para a maior conscientização sobre o exame. E no Brasil o exame ainda não é comum, mas nos Estados Unidos é bastante conhecido, afirma.
O teste é feito numa população com maior risco de ter a doença, como pessoas com HIV, imunossuprimidos (quem fez um transplante, por exemplo), quem faz sexo anal (homem ou mulher) e pessoas com histórico de lesões genitais por HPV.
Apesar de raro, o câncer de ânus tem se tornado mais frequente. Atualmente, ocorre 1,5 caso em 100 mil pessoas. Um dos fatores é a sobrevida maior de pacientes com HIV, que têm maior risco de desenvolver lesões pré-cancerosas. Uma proteína do HIV estimula a expressão do HPV. E por causa da maior exposição ao vírus, a doença é mais comum entre homens homossexuais.
O exame não precisa ser feito em homens héteros sem HIV, porque o risco de câncer é bem menor. Mas, quem tem uma lesão por HPV pode ter câncer anal, porque não dá para afirmar que ao tratar a lesão evita-se o câncer.
Luisa Villa, professora da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, afirma que as ferramentas de detecção precoce do câncer anal são importantes, dado o aumento da incidência da doença. No entanto, não há pesquisas suficientes para dizer que o papanicolaou é um exame de rastreamento desse tipo de câncer. Ela diz: ainda precisamos de estudos para confirmar que o teste é uma ferramenta preventiva como é o papanicolaou para a mulher.
Fonte Corpo Saun
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