Brasília - O Conselho Federal de Medicina (CFM) divulgou nota em
que relaciona o baixo investimento do governo na saúde pública ao mau desempenho
do Brasil no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), ranking no qual o
país ocupou 84ª posição entre os 187 países avaliados.
“Trata-se de uma posição nada lisonjeira para quem se coloca entre os dez
mais ricos do mundo, com pretensões de ser a sexta economia do mundo”, diz o
primeiro-vice-presidente do CFM, Carlos Vital.
Baseado em levantamentos realizados por organismos internacionais, o conselho
constatou timidez nos investimentos públicos em saúde no Brasil, com reflexo nos
resultados alcançados pelo modelo brasileiro nos campos do cuidado, prevenção e
promoção de saúde.
Segundo o CFM, dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam que o
governo brasileiro tem uma participação menor do que as suas possibilidades no
financiamento da saúde pública, figurando em último lugar entre os países que
têm modelo público e acesso universal à saúde.
A concentração dos médicos nas grandes cidades é apontada como fator que
contribui para a desigualdade de acesso da população ao sistema de saúde.
Segundo cálculos do conselho, os 373 mil médicos que atuam no Brasil seriam
suficientes para atender a demanda, caso houvesse políticas públicas de
incentivo à fixação de profissionais em municípios pequenos, principalmente do
Nordeste do país e da região amazônica.
De acordo com o CFM, todos os países que investem mais em saúde têm uma taxa
maior de médicos por mil habitantes e estão mais bem posicionados no
ranking do IDH. Além disso, contam com uma expectativa média de vida
maior e menores taxas de mortalidade neonatal (primeiros 28 dias de vida),
segundo relatório de Estatísticas Sanitárias 2012 da OMS.
Para o conselho, o esforço público brasileiro poderia ser maior ou melhor
orientado se o país contasse com uma visão estruturante na gestão da saúde e os
avanços na esfera econômica fossem estendidos ao campo das políticas
sociais.
O Ministério da Saúde foi procurado pela Agência Brasil, mas
não se pronunciou até o fechamento da matéria.
Fonte Agência Brasil
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