Para aumentar o portfólio e fortalecer a indústria farmoquímica nacional, o instituto participa ativamente de parcerias de desenvolvimento produtivo
Para garantir aos brasileiros acesso a remédios para diversas enfermidades, o Brasil adota políticas em favor da autonomia produtiva, expressa, principalmente, pelo Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz), que é o maior laboratório farmacêutico oficial vinculado ao Ministério da Saúde, produzindo cerca de um bilhão de medicamentos por ano, distribuídos gratuitamente à população pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Farmanguinhos, que atende demandas de programas nacionais e emergências, no Brasil e no exterior, é uma referência no mercado de antirretrovirais, responsável pela regulação de preços.
No mês em que se comemoram o Dia Oficial da Farmácia (5/9) e o Dia da Luta por Medicamentos (8/9), o diretor de Farmaguinhos, Hayne Felipe, explica que, para aumentar o portfólio e fortalecer a indústria farmoquímica nacional, o instituto participa ativamente de parcerias de desenvolvimento produtivo (as chamadas PDPs): “Um dos objetivos das PDPs é fazer com que a indústria nacional passe a receber a tecnologia para a produção do insumo farmacêutico ativo. Esse é um dos maiores desafios para obtermos produtividade frente às grandes indústrias
multinacionais.”
Alguns produtos resultantes desse tipo de acordo são o antiasmático formoterol + budesonida; o Pramipexol, contra a doença de Parkinson; o antirretroviral Atazanavir; o imunossupressor Tacrolimo; e o antituberculostático 4 em 1, que reúne quatro fármacos em um único comprimido (Isoniazida, Rifampicina, Etambutol e Pirazinamida).
Luta contra o HIV
A unidade também produz seis dos 23 medicamentos que compõem o coquetel antiaids: Efavirenz, Lamivudina, Zidovudina, Nevirapina, Estavudina e a combinação Lamivudina+Zidovudina. E, para os pacientes pediátricos, Farmanguinhos está desenvolvendo um medicamento que associa três princípios ativos em um único comprimido: Lamivudina 30mg + Zidovudina 60mg + Nevirapina 50mg. A iniciativa atende à política da Organização Mundial de Saúde (OMS) para estimular o desenvolvimento de medicamentos mais adequados para as crianças.
A evolução da produção de medicamentos utilizados pelo Programa Nacional DST/Aids teve, como marco histórico, a fabricação nacional do antirretroviral Efavirenz, em 2008, resultado do primeiro licenciamento compulsório realizado no Brasil. Outros eventos importantes na história recente do instituto foram o desenvolvimento e produção do Oseltamivir, usado para combater a gripe A (H1N1), em 2009, e o lançamento do antimalárico Artesunato+Mefloquina (ASMQ), no mesmo ano, capaz de curar a malária em até três dias. O medicamento é distribuído gratuitamente no Brasil e sua tecnologia foi transferida para uma empresa indiana para comercialização na Ásia.
A internacionalização da farmoquímica nacional engloba, ainda, a criação da Sociedade Moçambicana de Medicamentos, a Fiocruz África, que começou a operar em julho de 2012 e produzirá 371 milhões de unidades de antirretrovirais e outros medicamentos por ano para atender à população do país africano.
Farmanguinhos, que detém o certificado de Boas Práticas de Fabricação, concedido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), produz, atualmente, 45 tipos de medicamentos, entre antibióticos, antiinflamatórios, anfinfecciosos, antiulcerantes, analgésicos, medicamentos contra doenças endêmicas, como malária e tuberculose, antirretrovirais, medicamentos para o sistema cardiovascular, para o Sistema Nervoso Central e direcionados aos pacientes atendidos pelos programas de diabetes e hipertensão.
Fonte: Agência Fiocruz
Por SaudeWeb
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