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segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Genéricos crescem 16,6% no tri, mas ritmo de expansão diminui

Genéricos já somam 26,6% dos medicamentos vendidos no país e devem chegar a 30%de participação de mercado em 2013
 
As vendas de medicamentos genéricos registraram crescimento de 16,6% em volume no terceiro trimestre de 2012, informa a Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (PróGenéricos). Foram comercializadas 179,7 milhões de unidades contra 154,1 milhões no mesmo período do ano anterior. Os dados são do IMS Health, principal instituto que audita o mercado farmacêutico no Brasil e no mundo.
 
Em valores, as vendas de genéricos movimentaram R$2,8 bilhões entre julho e setembro de 2012 contra R$2,3 bilhão no mesmo intervalo do ano passado, apresentando evolução de 21%.
 
DesaceleraçãoOs resultados obtidos pelo setor de genéricos no período, embora robustos, indicam uma desaceleração no ritmo de crescimento das vendas. Foi a menor expansão em um terceiro trimestre desde 2001, quando os genéricos começaram a ser vendidos no mercado brasileiro.
 
Para a presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (PróGenéricos), Telma Salles, em termos macroeconômicos o resultado é bastante positivo para o setor, mas chama atenção pela diminuição do ritmo de crescimento. “Podemos ter nesse cenário algum reflexo de desaquecimento econômico ou comprometimento da renda”, analisa.
 
O desempenho das vendas de genéricos no período também já reflete no resultado de 2012 como um todo. No acumulado do ano, contabilizando as vendas em unidades entre janeiro e setembro, os genéricos apresentaram crescimento 19,8% em unidades. Em 2011, as vendas entre janeiro e setembro tiveram crescimento 31,8%, enquanto que em 2010, analisando o mesmo período apresentaram crescimento de 32,8%.
 
O mercado farmacêutico total também diminuiu o ritmo de crescimento no terceiro trimestre. O conjunto da indústria registrou vendas de 680,6 milhões de unidades entre julho e setembro de 2012 contra 606 milhões em igual período de 2011, registrando alta de 12%. No terceiro trimestre do ano passado o mercado farmacêutico apresentou crescimento de 13% nas vendas em relação a 2010.
 
A participação de mercado dos genéricos, porém, cresceu no terceiro trimestre de 2012. O setor tem hoje 26,6% de Market share contra 25,6% no ano passado. A ProGenéricos estima chegar a 30% no final de 2013.

Acesso e Carga Tributária
Os genéricos geraram R$30,4 bilhões de economia aos consumidores brasileiros, desde que começaram a ser comercializados e se configuram hoje no principal instrumento de acesso a medicamentos no país. Para a ProGenéricos, a diminuição do ritmo de crescimento do setor pode significar que menos cidadãos estariam se beneficiando dos genéricos e consequentemente não tomando nenhum tipo de medicamento. “Os genéricos funcionam como termômetro do acesso. Quanto mais vendidos, significa que mais pessoas estão podendo se medicar e deixando de ser excluídas do mercado”, explica Salles.
 
Ainda na avaliação da entidade, se a tendência de diminuição do ritmo de crescimento do setor prosseguir, alternativas para estimular as vendas precisam ser discutidas com o governo e toda sociedade. A mais importante seria a desoneração ou diminuição da carga tributária que pesa sobre o setor. “Em alguns estados brasileiros, o acumulado da carga tributária sobre medicamentos pode chegar a 37,5% ”, diz Salles.
 
Os genéricos arrecadaram R$10,1 bilhões de ICMS desde que começaram a ser comercializados. “ Esse valor representa 1/3 dos R$30,4 bilhões gerados em economia e pelo menos parte dele poderia estar na mão do consumidor se tivéssemos uma carga tributária mais justa”, conclui a executiva.

Fonte Pró Genéricos

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