Mais barata que a cocaína, droga causa maior dependência e tem efeito menos duradouro
Derivado da cocaína, o crack leva ao vício de forma mais rápida e traz consigo prejuízos à inteligência e à sociabilidade do usuário. Segundo o psiquiatra Fernando Tomita, do Hospital Santa Edwiges, em Campinas, o foco do usuário passa ser o consumo da droga:
— Uma das características da dependência é você abrir mão das outras coisas para usar a droga. Você deixa de fazer outras atividades cotidianas para buscar e usar a substância. Começa a deslocar atividades, como trabalho e família, para se drogar. Usar a droga passa a ser mais importante do que qualquer outra coisa da vida.
O especialista lembra, no entanto, que nem todo mundo que é dependente de crack ou cocaína acaba vivendo nas ruas. Além disso, o portal do programa do governo federal "Crack, é Possível Vencer" explica que a droga foi inicialmente considerada “de rua”, mas hoje a realidade é outra. Se antes moradores de rua recorriam ao crack, por ser barato e inibir a fome, como medida paliativa, hoje ele se espalhou e atinge todas as camadas sociais.
Programa
Em parceria com Estados e municípios, o governo federal mantém o programa em três eixos: prevenção, cuidado e segurança. No total, estão previstos R$ 4 bilhões em recursos federais até 2014 investidos em ações que visam orientar a população, capacitar profissionais, ampliar atendimento aos usuários, além do combate ao tráfico de drogas.
Os cristais do crack utilizados em cachimbos são obtidos da mistura da cocaína em pó com água e bicarbonato. Mais barata que a cocaína, o crack causa maior dependência e seu efeito tem duração de 5 a 10 minutos, enquanto o da droga em pó que é inalada pode chegar a 45 minutos.
— O problema do crack é que ele vai para o cérebro muito mais rápido, tem efeito mais intenso e menos duradouro. Por isso provoca mais dependência, o que aumenta as chances problemas sociais em que as funções cotidianas são deixadas de lado em função do uso.
Pesquisa divulgada em setembro pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) mostrou que o País tem 2,6 milhões de usuários de crack e cocaína, sendo 1,3 milhão dependente. Deste total, 78% consomem a droga em pó, cheirando-a, 22% cheiram e fumam (em forma de crack ou oxi) e 5% consomem apenas através de cachimbos.
O uso vem se disseminando no Brasil. De todas as prefeituras do País, 98% disseram ter tido contato com o crack. Em relação às principais causas de mortes entre os usuários, 57% são vítimas de homicídio, 26% morrem por Aids, 9% por overdose, 4% por hepatite e 4% por afogamento.
Fonte R7
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