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terça-feira, 19 de março de 2013

Cardíacos obesos têm chance maior de vida longa, diz pesquisa

BBC
Para cientistas, o IMC pode não ser suficiente para determinar
 a saúde de uma pessoa
Estudo com mais de 4 mil pacientes mostrou que os obesos têm mais problemas de saúde, mas não necessariamente uma vida mais curta do que as pessoas de peso normal
 
Pesquisadores do University College de Londres afirmaram que pacientes com problemas cardíacos que são obesos ou acima do peso têm menos chance de morrer precocemente do que pacientes que estão com peso normal.
 
O estudo com mais de 4,4 mil pacientes chegou a esta conclusão apesar de os obesos e os com sobrepeso que foram analisados relatarem mais problemas de saúde e menores chances de seguir os conselhos dos médicos sobre como ter um estilo de vida mais saudável.
 
Esta não é a primeira vez que pesquisadores apontam para este paradoxo – o de que estar acima do peso ou obeso, um fator de risco para doenças cardíacas, pode na verdade levar a um prognóstico de vida melhor.
 
Um teoria é de que talvez estes pacientes, apesar do peso, estejam mais em forma que pessoas com peso normal. Outra explicação seria o tratamento que os obesos e com sobrepeso recebem ao ir ao médico, que seria mais eficiente para aumentar suas expectativas de vida do que o que pessoas com peso normal recebem.
 
Sete anos
No estudo, divulgado na publicação científica Preventive Medicine, os cientistas do University College de Londres analisaram dados de pacientes que participaram de uma pesquisa de saúde na Inglaterra e na Escócia.
 
Eles descobriram que, assim como em outros estudos, os pacientes que sofriam de doenças cardiovasculares e que eram obesos ou estavam acima do peso tinham menos chances de morrer nos sete anos seguintes à análise do que as pessoas de peso normal e que sofriam da mesma doença.
 
No total, 31% dos pacientes estudados eram obesos, com um índice de massa corporal (IMC) de 30 ou mais. Estes pacientes em geral eram mais jovens, mas relataram mais problemas de saúde e mais fatores de risco para o coração, como colesterol elevado e pressão alta. Por outro lado, eles mostraram ter menos probabilidade de serem fumantes.
 
Os pesquisadores descobriram que, independentemente do peso, os pacientes que faziam atividades físicas pelo menos uma vez por semana e não fumavam tinham um risco menor de morte. Mas os pacientes obesos que não seguiam um estilo de vida muito saudável mostraram ter um risco mais baixo de morrer do que os pacientes com peso normal que fumavam ou eram sedentários.
 
'Paradoxo'
Mark Hamer, líder da pesquisa, afirmou que os cientistas ainda estão tentando explicar a razão de os cardíacos obesos terem apresentado estes resultados, mas ele já adianta que os pacientes obesos não eram mais saudáveis.
 
"Ainda não entendemos este paradoxo e evidentemente não vamos aconselhar os pacientes a engordar", afirmou.
 
"Uma das explicações mais razoáveis pode ser que quando os pacientes obesos se apresentam para o médico recebem um tratamento mais agressivo, pois eles são vistos como pacientes com um risco (de saúde) maior."
 
"Por exemplo, não sabemos se, com a reabilitação cardíaca, o que verdadeiramente funciona é o exercício (que os médicos pedem para os obesos fazerem) – que reduz drasticamente o risco mesmo que você não perca peso", acrescentou.
 
Outro estudo dos mesmos pesquisadores mostrou que uma certa proporção de pacientes obesos tem uma saúde normal e não apresentam risco maior de doenças cardíacas.
 
"O IMC é um índice muito fraco (para mostrar) o que está acontecendo (com o paciente)", afirmou Hamer.
 
June Davison, enfermeira da organização British Heart Foundation, uma organização britânica sem fins lucrativos que financia campanhas de esclarecimento sobre doenças cardíacas, afirmou que parece "contraditório" que um dos fatores de risco para doenças cardíacas possa melhorar as taxas de sobrevivência.
 
"A razão desta ligação ainda não está clara, mas é possível que aqueles com um IMC mais alto vão ao médico mais cedo e podem receber tratamentos mais agressivos."
 
"E também, este estudo mediu apenas o IMC. Quando analisamos os riscos de saúde, não é apenas o IMC que importa, mas o local onde a gordura é acumulada. Carregar excesso de gordura no meio (do corpo) pode produzir substâncias tóxicas que podem aumentar os riscos para a saúde", afirmou.
 
Fonte iG

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