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terça-feira, 19 de março de 2013

Chá verde e café ajudam a prevenir AVC, diz estudo

Efeito antioxidante e anti-inflamatório das bebidas protege a saúde cardiovascular
 
Consumir chá verde e café regularmente pode estar associado a um menor risco de ter um AVC, segundo aponta um estudo divulgado este mês na publicação científica Stroke: Journal of the American Heart Association. De acordo com a pesquisa, para obter o benefício seria necessário o consumo diário de quatro xícaras do chá ou de uma xícara de café. A descoberta foi conduzida por cientistas da National Cerebral and Cardiovascular Center, no Japão.

Durante o estudo foram acompanhados 83.269 japoneses adultos com idades entre 45 e 74 anos. Todos tiveram a ingestão de chá verde e café monitorada durante 13 anos. O objetivo era identificar o efeito dessas bebidas na saúde cardiovascular dos indivíduos. Os pesquisadores também obtiveram informações sobre quais dos voluntários haviam sofrido um AVC, entre outros dados de saúde. Foram levados em conta ainda fatores como idade, sexo, dieta, tabagismo e peso.

Os resultados mostraram que, de fato, há uma relação entre o chá e o café e um menor risco de AVC. Aqueles que bebiam pelo menos quatro xícaras do chá por dia tinha uma probabilidade entre 20 e 30% menor de sofrer um derrame do que os demais. Os que consumiam café diariamente, por sua vez, tinham um risco 20% menor de ter o problema. Dados iniciais, entretanto, mostraram que ingerir mais de duas xícaras de café por dia poderia ser perigoso para o coração. Levando em conta o tabagismo, porém, já não foi possível estabelecer tal relação.

Tais efeitos ainda não foram totalmente desvendados pelos especialistas, mas acredita-se que as bebidas contenham propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias que protejam o organismo. Este foi o primeiro estudo em larga escala a analisar os efeitos combinados do chá verde e do café na redução do risco de ter um AVC. As conclusões mostram que pequenas mudanças no dia a dia já contribuem para prevenir problemas cardiovasculares.

Como evitar um AVC
O acidente vascular cerebral (AVC) é responsável por cinco milhões de morte no mundo todos os anos, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS). Alguns cuidados simples, entretanto, poderiam reduzir drasticamente esse número.
 
Veja quais são eles:
 
Pressão alta - Foto: Getty ImagesPressão alta
A pressão alta ocupa o topo do ranking de maiores causas de acidente vascular cerebral. O neurologista André Lima explica que as paredes internas das artérias sofrem traumas por causa do fluxo do sangue mais forte. "Esses traumas formam pequenos ferimentos nas paredes, que podem obstruir a passagem do sangue (AVC isquêmico) ou romper a parede da artéria (AVC hemorrágico)", explica. É possível, entretanto, controlar a hipertensão com medicação e hábitos saudáveis, como reduzir o consumo de sal da alimentação e praticar exercícios.
                   
Tabagismo - Foto: Getty ImagesTabagismo
Substâncias do cigarro fazem com que a coagulação do sangue aumente. Com isso, o sangue fica mais grosso e fluxo nas artérias, por sua vez, fica prejudicado, aumentando as chances de um derrame. "Pessoas que fumam e usam contraceptivos orais têm riscos maiores ainda, pois os hormônios dos anticoncepcionais também interferem na coagulação sanguínea", explica André Lima.
 
Diabetes - Foto: Getty Images Diabetes
O excesso de glicose no sangue - característica do diabetes - aumenta a coagulação do sangue e o deixa mais viscoso. "Isso diminui o fluxo de sangue das artérias e pode levar a um AVC", conta André Lima. Além disso, é comum que pessoas com diabetes também apresentem sobrepeso, colesterol alto e pressão alta - todos fatores de risco de derrame cerebral. Mas vale lembrar que esses problemas - inclusive diabetes - podem ser controlados com tratamento médico regular e hábitos de vida saudáveis.
 
Doenças do coração - Foto: Getty ImagesDoenças do coração
De acordo com o neurologista André Lima, arritmias cardíacas podem formar pequenos coágulos dentro das artérias e veias do coração. "Esses coágulos podem ser enviados às artérias cerebrais, provocando um AVC isquêmico", explica.

O neurologista Maurício Hoshino, do Hospital das Clínicas, de São Paulo, também lembra que há uma série de problemas do coração que podem atrapalhar o fluxo sanguíneo e aumentar as chances de derrame. "Um deles é o Forame Oval Patente (FOP), uma má formação do coração que atinge 15% da população e faz com que coágulos que deveriam ser filtrados pelo pulmão permaneçam na circulação, aumentando o risco de AVC, inclusive, em jovens", explica.
 
Colesterol e coração - Foto: Getty ImagesColesterol alto
O excesso de colesterol no sangue aumenta o espessamento e endurecimento das artérias. "Placas de colesterol e conteúdos gordurosos se depositam lentamente na artéria, fazendo com que ela se feche aos poucos e impeça a passagem de fluxo sanguíneo", explica Maurício Hoshino. Esse processo provoca arteriosclerose - endurecimento das artérias - e prejudica a oxigenação do cérebro, aumentando o risco de AVC.
 
Sedentarismo e obesidade - Foto: Getty ImagesSedentarismo e obesidade
A prática de exercícios físicos é fundamental para controlar praticamente todos os fatores de risco de AVC. Por outro lado, a falta desse hábito e a obesidade só aumentam as chances. "Pressão alta, colesterol elevado, diabetes e doenças cardíacas são complicações decorrentes do excesso de peso e precisam ser prevenidas e controladas com bons hábitos, o que inclui atividade física regular", alerta Maurício Hoshino.
 
Má alimentação - Foto: Getty ImagesMá alimentação
Uma vez que diabetes, colesterol, obesidade e hipertensão aumentam as chances de AVC, todos os cuidados para controlar essas doenças servem de prevenção - e a alimentação ganha destaque. Fazer uma dieta balanceada, moderar o consumo de sódio (para pressão alta), evitar alimentos ricos em colesterol e gorduras saturadas (frituras), controlar o consumo de açúcar (para diabetes) são alguns dos hábitos que devem fazer parte da rotina.
 
AVC - Foto: Getty ImagesSintomas do AVC
Quem sofrer um AVC do tipo isquêmico (com incidência três vezes maior que o tipo hemorrágico) tem até quatro horas e meia para ser socorrido e reduzir o risco de sequelas ou risco de morte, como explica o neurologista Maurício Hoshino. "É possível perceber os sintomas através da sigla SAMU, que significa dar um Sorriso, para verificar desvios na boca; tentar dar um Abraço, para ver se há dificuldade de levantar os braços e tentar cantar uma Música, para ver se há dificuldade de fala e processamento do cérebro", conta.

Infelizmente, Hoshino conta que menos de 5% dos pacientes que frequentam o Hospital Santa Catarina e Hospital das Clínicas, onde ele trabalha, chegam antes do período de quatro horas.
 
Fonte Minha Vida

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