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sexta-feira, 21 de junho de 2013

Compartilhar registros eletrônicos médicos ainda é difícil

“Apesar de os padrões de definição de dados facilitarem o compartilhamento, eles apenas descrevem uma parcela muito pequena dos dados que estão realmente ali”, diz a CEO da Epic
 
A maioria dos pacientes não consegue entender por que o compartilhamento de registros eletrônicos médicos é tão difícil. E as pessoas envolvidas com o setor de saúde também não estão animadas com o status da interoperabilidade dos registros eletrônicos, como mostrou inúmeras discussões nesta semana na Digital Healthcare Conference, em Madison, Wisconsin.
 
“Se já avançamos tanto em implementações através do país e ainda temos esse nível de discordância, que vergonha”, afirmou o presidente do St Mary’s Hospital, de Wisconsin, Frank Byrne. “Como chegamos até aqui e como saímos? Porque criamos barreiras”.
 
A CEO e fundadora da Epic, Judy Faulkner, chamou atenção para alguns dos obstáculos do compartilhamento de dados, desde pacientes que querem controlar tal compartilhamento, até a dificuldade de treinamento dos médicos para os muitos desafios técnicos. Apesar de os padrões de definição de dados em teoria facilitarem o compartilhamento, “eles apenas descrevem uma parcela muito, muito pequena dos dados que estão realmente ali”, explicou Faulkner.
 
Aqui estão algumas das questões sobre a interoperabilidade discutidas no evento DHC 2013, com a visão de vários oradores em inúmeras sessões.
 
Os padrões de dados não deveriam facilitar o compartilhamento entre os sistemas dos fornecedores?
Faulkner foi cética sobre os padrões de hoje solucionarem a interoperabilidade. Os padrões existentes que definem os dados não estão nem perto de capturar todo o escopo. Além disso, Faulkner disse que está temerosa sobre a possível dualidade dos padrões: os padrões podem melhorar as comunicações, mas limitar as inovações e novas ideias. “Isso tem que ser sempre bem balanceado”,  afirmou.
 
Uma visão mais esperançosa dos padrões veio de Jamie Ferguson, vice-presidente de estratégia e política de TI de Saúde da Kaiser Permanente, um dos maiores grupos de gerenciamento de saúde dos Estados Unidos. Ferguson afirmou que os padrões são “ótimos” para padronizar cerca de dois terços dos registros. Mas afirmou que os EHRs geralmente não são bem fundamentados nos padrões.
 
Byrne afirmou que como uma medida prática, a interoperabilidade funciona localmente para o St. Mary’s e os sistemas de saúde dos arredores de Madison, porque muitos usam a Epic EHRs, facilitando a compatibilidade de dados. As trocas de dados Epic-para-Epic serão mais comuns, ele explicou, mas também estão explorando e dando suporte a outras opções Byrne, Faulkner e Ferguson compartilharam um painel de discussão de interoperabilidade.
 
Por que não há uma cultura de API em saúde?
As grandes plataformas de software em outras indústrias usam interfaces de programação de aplicativos (APIs – application programming interfaces) para permitir a integração e desenvolvimento de aplicativos add-on por outros fabricantes de software. Os APIs alimentaram o crescimento do desenvolvimento dos aplicativos móveis.
 
Apesar de o desenvolvimento de aplicativos móveis ter aumentado em saúde seria beneficiado por APIs com mais alcance para dados de registros médicos, explicou a vice-coordenadora de política e programas do Office of the Nacional Coordinator (ONC) for Health TI, Judy Murphy, em uma apresentação à parte da DHC 2013. “Ainda muitos dos registros eletrônicos médicos ainda são proprietários e travados, eles não publicam APIs, eles não permitem que desenvolvedores de aplicativos acessem suas informações. E isso é uma parte do que tentamos mudar”. Ela citou esforços de open-data do governo, como o da Medicare e Medicaid, que levaram a novos aplicativos móveis, como o iBlueButton.
 
Faulkner enfatizou que a abertura que a Epic fornece: A Epic liberou seu código fonte para os clientes e irá treinar os desenvolvedores dos provedores em seus sistemas de todas as maneiras possíveis para que possam colher dados para seu uso. “Só não disponibilizaremos para outros fornecedores”, ela finalizou.
 
Por que não existem melhores vínculos para especialidades no sistema, desde optometria até cardiologia, para facilitar a atualização do EHR? A pergunta veio de Scott Jens, fundador da Revolution EHR para optometristas.
Faulkner perguntou quantos fornecedores de registros de optometria havia, e Jens responde que cerca de 30. Esse tipo de expansão de software existe em toda área de especialidade. Se a Epic criasse interfaces para todos os fornecedores que quisessem se integrar, “não mais desenvolveríamos nosso software. Tudo o que faríamos seria a interface pra outros fornecedores… Precisaríamos de milhares de programadores só para não ficarmos aquém”, Faulkner explicou.
 
Seria a resposta algum tipo de repositório central para alguns dos dados básicos de saúde?
Tais repositórios enfrentariam o mesmo desafio que a Epic enfrenta com a integração, explicou Faulkner: Esse repositório teria um exército de desenvolvedores para escreverem e manterem todas as interfaces necessárias para o sistema que contribuiria os dados?
 
Ferguson, da Kaiser Permanente foi direto: “Péssima ideia”. Em primeiro lugar, ele disse, um repositório central é um grande alvo para brechas. Segundo, a oportunidade para conflitos de interesses são imensuráveis. Terceiro, o custo é insustentável para manter um grande repositório central e padronizar todos esses dados. Em vez disso, a melhor opção são os esforços com base no padrão, como o compartilhamento nacional e-health, iniciado pela ONC.
 
A resposta seria um download simplificado para um registro pessoal, assim as pessoas agregaram suas próprias fontes de dado de saúde?
A Kaiser Permanente permite há anos que as pessoas baixem seu próprio registro, mas não há uma maneira fácil de transferir esses dados para um registro terceiro. “As barreiras técnicas ainda estão muito elevadas”, Ferguson disse.
 
A lista de registros pessoais de saúde independentes com foco no consumidor que falharam é longa, incluindo até mesmo a Microsoft e o Google. Byrne aposta em fornecedores EHR, fornecendo acesso por meio de PCs ou smartphones, tais como o serviço MyChart, da Epic. Levando em conta a enormidade de startups que não foram para frente em registros pessoais de saúde, “Acho que é melhor pegar meu iPhone e acessar o MyChart”, ele afirmou.
 
P: Quais outras barreiras há para a interoperabilidade?
Os incentivos financeiros são uma barreira, disse Ferguson, porque a taxa de serviço de medicina não fornece o incentivo para o compartilhamento de informações. O cuidado responsável e os modelos assistenciais de cuidado têm “incentivos nativos para quem tem completa informação e compartilhamento”, explicou.
 
Faulkner listou inúmeras barreiras. Uma é o controle do pacientes, o que Epic atacou com seus esforços para permitir a transferência de dados. “O que logo descobrimos é que as pessoas queriam compartilhar com quem se sentiam confortáveis, mas não com outros”.
 
Outro é a falta de treino. Salas de emergência geralmente sabem como compartilhar dados e coletar o que precisam, mas há muitas outras áreas que poderiam usar a interoperabilidade da plataforma da Epic, na qual não são treinados em compartilhamento de dados. Ferguson destacou o obstáculo de treinamento, dizendo que é particularmente difícil no contexto onde os médicos raramente compartilham dados e por isso não se lembram como fazê-lo. “Essa é uma das razões por termos taxas tão baixas de compartilhamento mesmo onde a capacidade técnica existe”, ela finalizou.
 
Fonte SaudeWeb

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