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quarta-feira, 10 de julho de 2013

Fundação Dom Cabral responde perguntas sobre gestão de pessoas

Com a rápida automatização dos ambientes hospitalares, quais são os novos pré-requisitos para que um profissional da saúde seja considerado um talento?
 
Em 2013, o Saúde Business School traz como parceiro a Fundação Dom Cabral (FDC), que será responsável pelos fascículos mensais. O tema de junho foi: Identificar talentos e Lideranças é a estratégia para crescer e um dos autores foi o Anderson de Souza Sant´Anna: Pós-doutor em Teoria Psicanalítica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Doutor em Administração pela Universidade Federal de Minas Gerais. Professor, Gerente de Desenvolvimento e Coordenador do Núcleo de Desenvolvimento de Liderança, da Fundação Dom Cabral.
 
01. Resumidamente quais seriam as principais orientações para que uma organização consiga promover sinergias entre profissionais com diferentes crenças e comportamentos, construídos ao longo do contexto cultural, econômico e social de cada um?
Um importante componente na promoção de maior sinergia e complementariedade de competências, crenças e comportamentos é, acima de tudo, reconhecer as diferenças.
 
Estar ciente que cada pessoa, a partir de sua história, vivências e contexto de origem aporta formas singulares de ver e lidar com o mundo. Não querer, portanto, que todos pensem e ajam da forma como pensamos e agimos. Isso pode parecer fácil em nível teórico, mas nem sempre o é, na prática.
 
Demanda estarmos abertos a reconhecer que ninguém fará as coisas, necessariamente, da forma como faríamos ou desejaríamos. Que cada um é uma singularidade, com conhecimentos, atitudes e habilidades peculiares, que necessitam ser mobilizados – gerenciados e liderados – considerando suas especificidades. Em decorrência, desenvolvermos a capacidade de sermos não somente bons leitores de contextos, mas também de pessoas, constitui um bom ponto de partida, além de duas das principais – e mais valorizadas – competências em gestão de pessoas e liderança.
 
02. Que desafios e oportunidades diferentes gerações (veteranos, baby boomers, X,Y) que convivem em um mesmo ambiente de trabalho trazem para a gestão corporativa?
Sob um padrão de competitividade em que criatividade, inovação, agregação de valor e diferenciação constituem fatores chave de vantagem competitiva e sustentabilidade, a capacidade de as organizações irem além da produção e oferta de commodities torna-se componente central. Para inovar e agregar valor são necessárias, no entanto, ideias que fogem ao convencional, formas diferenciadas de se ver o mundo, assim como as rotinas do dia-a-dia.
 
Nesse sentido, as possibilidades que aportam diferentes grupamentos geracionais – assim como culturais, sociais, profissionais, de formação – com suas distintas formas de ver e decodificar os contextos em que se inserem, bem como as atividades que desenvolvem, apresenta-se relevante. Logo, se bem articulados podem representar uma rica fonte de inovações, diversidade e diferenciação. Em termos concretos, enquanto os mais seniores podem aportar experiência, vivência; os mais jovens podem agregar, por exemplo, maior abertura para correr riscos.
 
O desafio, todavia, é, justamente, a capacidade de os gestores e líderes em orquestrar – por meio de políticas, práticas de gestão e comportamentos – tal patrimônio de diversidade, transformando-o em resultados. Em outros termos, a oportunidade e o desafio é como construir ambiências organizacionais – contextos capacitantes – em que tal diversidade possa ser canalizada na direção dos objetivos propostos. E em como fomentar o desenvolvimento de lideranças para tal.

03. Como lidar com uma computação cada vez mais pessoal (BYOD) e garantir uma produtividade efetiva, ou seja, sem dispersão?
Como aspectos para se assegurar uma produtividade efetiva nesse contexto se poderia apontar, em nível organizacional, ênfase dos gestores e das lideranças em integração e coordenação. Já em nível individual caberia enfatizar a clareza de propósitos em relação aos objetivos e resultados das atividades ou projetos que se desenvolve, de forma descentralizada, por meio de BYODs.
 
Desenvolver uma atividade significativa, com a qual se identifica e atribui sentido, independentemente da mídia ou equipamento utilizado, tende a nos “capturar” e envolver mais amplamente. Sem dúvida, o volume de estímulos, o aumento considerável dos graus de liberdade quanto a caminhos a seguir, sem uma dose de disciplina, pode redundar em paralisia senão em dificuldades de tomada de decisões ou dispersão.
 
Certamente, o grande desafio do contemporâneo relaciona-se não tanto à escassez, como no passado, mas ao excesso. É uma demanda pelo domínio e aplicação de uma variedade de habilidades sem precedentes, por volumes cada vez maiores de sites, informações, redes sociais e oportunidades de inter-relacionamentos virtuais; de autonomia, não raro superior ao grau em que se está preparado assumir.
 
Efeitos colaterais da falta de disciplina e de não se saber estabelecer limites pode ser o estresse informacional, a ansiedade, bem como a perda de foco e a dispersão no trabalho, com seus impactos negativos, tanto em nível organizacional, quanto pessoal.
     
04. Com a rápida automatização dos ambientes hospitalares, quais são os novos pré-requisitos para que um profissional da saúde seja considerado um talento?
Com as transformações nos ambientes organizacionais, decorrentes de novas tecnologias e modelos de gestão, algumas competências, sem dúvida, ganham cada vez mais espaço. Dentre elas, poderíamos salientar a capacidade de o profissional gerar resultados efetivos, de se comprometer com os objetivos da organização, de trabalhar em equipes, de comunicação, de relacionamento interpessoal, de visão sistêmica, de lidar com ambiguidades e contradições.
 
Certamente, cada área de atuação, cada setor demanda tais competências – e outras mais específicas, técnicas – em graus diferenciados. Uma importante constatação, todavia, é que um “talento” não emerge apenas da posse desse elenco de requisitos mas, acima de tudo, da capacidade de os mobilizar, de os transformar em desempenho efetivo, em valor para seus clientes, internos e externos.
 
Em outros termos, o “talento” é uma resultante da mobilização de atributos de competências certos, na medida certa, no lugar certo e na hora certa. Para tal, um pré-requisito distintivo é, uma vez mais, a ciência e a arte de ser um bom leitor das demandas do ambiente, dos clientes; assim como da busca contínua por se conhecer, a seus desejos, limites e potencialidades.
 
Fonte SaudeWeb

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