Obstrução na parte de trás da língua (BOT) pode desempenhar um papel significativo em apneia do sono |
Pesquisadores da Wayne State University, nos EUA, demonstraram que uma nova ferramenta cirúrgica pode melhorar o tratamento de pacientes com apneia do sono.
Os resultados sugerem que a cirurgia robótica transoral (TORS) tem potencial para tornar a cirurgia uma opção mais viável para pessoas que sofrem do distúrbio.
A segurança e a tolerabilidade da técnica foram recentemente estabelecidas para a remoção de tumores cancerígenos na parte de trás da garganta.
Pacientes com apneia são normalmente tratados com pressão positiva (PAP), que é extremamente segura e muitas vezes eficaz. No entanto, nem todos os pacientes com a condição podem tolerar PAP, que envolve o uso de uma máscara durante o sono que obriga as vias aéreas a ficarem abertas para que possam continuar respirando sem interrupção.
Para os pacientes que não toleram PAP, a cirurgia pode ser uma alternativa viável. Um procedimento comum, a uvulopalatofaringoplastia (UPPP), tem como alvo a obstrução ao nível do palato mole, mas só é eficaz em menos de 50% dos casos.
Segundo os pesquisadores, a abordagem não funciona para muitos pacientes, pois a obstrução do fluxo de ar pode ocorrer em vários níveis da garganta e a UPPP só aborda o bloqueio no nível do palato mole.
"Para ser maximamente eficaz, o cirurgião deve avaliar cada paciente individualmente para identificar o local exato ou os locais de obstrução das vias aéreas e, em seguida, dirigir os tratamentos cirúrgicos para atender a essas obstruções", afirma o pesquisador Ho-Sheng Lin.
A obstrução na parte de trás da língua (BOT) pode desempenhar um papel significativo em apneia do sono. Tradicionalmente, o tratamento cirúrgico da obstrução BOT tem sido um desafio, porque é difícil para os médicos visualizarem e operarem naquela região.
Usando um dispositivo robótico chamado de Sistema Cirúrgico da Vinci, Lin agora pode obter um melhor acesso à região do BOT de forma segura e precisa para remover o tecido excessivo que causa a obstrução das vias aéreas.
No atual estudo, a equipe testou 12 pacientes - nove mulheres e três homens - que foram submetidos à ressecção BOT via TORS.
"Apesar de passarem apenas pelo procedimento BOT, os resultados cirúrgicos dos nossos pacientes pareciam semelhantes aos que foram submetidos a BOT além de outras cirurgias das vias aéreas superiores", afirma Lin.
Melhorias significativas foram observadas no índice de apneia e hipopneia (IAH) em 75% dos pacientes.
Embora os resultados pareçam promissores, Lin afirma que, devido à natureza única de cada pacientes com apneia, assim como ao tamanho pequeno da amostra, é necessário mais trabalho com grupos maiores, a fim de melhor avaliar a eficácia do TORS em pessoas com BOT.
isaude.net
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