Agência Brasil
Para a direção do PT em São Paulo, o Mais Médicos deu a
visibilidade necessária a Padilha
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Ainda em fase de implantação, o programa Mais Médicos do Ministério da Saúde virou arma na disputa política do PT. Integrantes da direção nacional petista comemoram a reação positiva da maioria da população à chegada de médicos estrangeiros e contabilizam o programa na conta dos sucessos do governo Dilma Rousseff.
O sucesso momentâneo, no entanto, virou argumento para que o ministro Alexandre Padilha, pré-candidato ao governo de São Paulo, continue no ministério até o ano que vem, contrariando a estratégia da direção estadual do PT, que prevê a saída do ministro em novembro. "Estamos ganhando o Mais Médicos", comemorou um dirigente nacional do PT. "Isso virou um dilema para o Padilha. Será que ele vai querer sair do ministério para disputar a eleição e deixar de colher os louros do projeto?", completou.
Integrantes da direção nacional defendem que Padilha adie a saída do ministério para capitalizar eleitoralmente os possíveis bônus do Mais Médicos.
Por trás da sugestão, está a disputa com o presidente estadual do PT, Edinho Silva, que defende a desvinculação do ministro em novembro, depois de aprovada a Medida Provisória que regulamenta o Mais Médicos, conforme acordado com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e com a presidente Dilma Rousseff.
Dirigentes petistas acreditam que com o adiamento poderão tirar Edinho da coordenação da campanha de Padilha, geralmente entregue ao presidente do partido, já que o mandato dele termina em dezembro. O nome mais cotado para ocupar a presidência estadual do PT de São Paulo é o do ex-prefeito de Osasco Emídio de Souza.
O PT ainda não tem pesquisas sobre a aceitação do programa. Nas próximas semanas deve ser realizada uma série de sondagens qualitativas. Mas diante das reações nas redes sociais e na imprensa o partido comemora o sucesso da iniciativa.
Para integrantes da direção nacional, o Mais Médicos já é, ao lado da PEC das Domésticas, um dos principais trunfos de Dilma para a campanha do ano que vem. "Além do impacto direto junto à população, o programa pode ajudar a politizar a campanha mostrando quem defende a manutenção de privilégios e quem é a favor de melhorar a vida do povo", disse um cardeal petista.
No âmbito estadual, o impacto inicial do programa também é motivo de comemorações. Para a direção do PT em São Paulo, o Mais Médicos deu a visibilidade necessária a Padilha - ainda desconhecido pela maioria do eleitorado - e agrega um elemento positivo à imagem do pré-candidato em uma das áreas que têm sido o ponto fraco do PT, a saúde.
"Pode ser o 'genérico' do Padilha", disse um dirigente, comparando o Mais Médicos à criação dos medicamentos genéricos, uma das maiores realizações de José Serra no Ministério da Saúde.
Enquanto os cardeais petistas divergem sobre a data de desvinculação de Padilha, o partido prepara uma longa agenda de compromissos para os próximos meses que inclui eventos internos do PT, reuniões com parlamentares, movimentos sociais e a base do partido, além de avançar nas negociações com possíveis partidos aliados.
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