Aplicativos, carreira, concursos, downloads, enfermagem, farmácia hospitalar, farmácia pública, história, humor, legislação, logística, medicina, novos medicamentos, novas tecnologias na área da saúde e muito mais!



sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Bem-estar nutricional exige disciplina e uma relação saudável com o alimento

Alimentar-se bem não depende somente do que se come, mas também da forma de se relacionar com a comida
 
A boa alimentação é imprescindível para uma vida saudável. Ultrapassando as questões estéticas, comer corretamente atende a uma necessidade do organismo, que precisa dos nutrientes certos, na hora certa, para funcionar de forma adequada e equilibrada. É a antiga e tão falada noção de que somos o que comemos.
 
A nutricionista e professora da Universidade Federal de Santa Maria Gilberti Hubscher explica que o princípio do bem-estar nutricional está nas nossas células. São elas que precisam ser bem nutridas para o bom funcionamento do corpo, e cada organismo tem necessidades nutricionais diferentes. O que é comer bem para um, pode não ser para outro. O valor nutricional dos alimentos é, portanto, mais importante do que simplesmente contar as calorias, inclusive para aquelas pessoas que buscam apenas emagrecer.
 
— As calorias são importantes, mas não são o segredo para perder peso. Se o organismo não for nutrido para gerar um metabolismo correto, não adianta cortar calorias que você não vai emagrecer — destaca Gilberti.
 
A nutróloga Jaqueline dos Santos Coelho ressalta que, antes das calorias, a escolha deve levar em consideração o benefício que aquele alimento traz para a saúde:
 
— Nem sempre o que é menos calórico é mais saudável. Existem barras de cereal com poucas calorias, mas com gordura vegetal na composição, uma substância proibida nos EUA e na Europa por aumentar os índices de infarto e de colesterol ruim. Neste caso, é melhor escolher uma barrinha mais calórica, mas que seja rica em fibras e sem gordura vegetal.
 
Um dos primeiros passos para nutrir o organismo com o que ele precisa é apostar na variedade de alimentos. Um prato completo, com proteínas, carboidratos, cereais, vitaminas e minerais tende a ser sempre uma boa escolha. Mas, antes disso, é necessário recuperar, na relação com a comida, alguns valores que foram perdidos na correria do dia a dia: respeitar os horários das refeições, comer sem pressa, mastigar bem os alimentos e fazer da alimentação um momento prazeroso são atitudes fundamentais para o bem-estar nutricional.
 
— As pessoas estão terceirizando as refeições. Não têm mais tempo de lavar uma verdura, descascar uma fruta. São coisas muito simples e que hoje parecem não ter mais importância, mas que precisam ser repensadas. Não adianta comer um lindo prato de salada se você está na frente do computador trabalhando. Seu organismo não vai assimilar os nutrientes da maneira correta — alerta Gilberti.
 
Emagrecer exige mudanças de hábitos alimentares
Para a nutricionista Lenice Zarth Carvalho, é fundamental encarar o emagrecimento como uma mudança no estilo de vida. É preciso uma reorganização, que vai desde as compras no supermercado, passando pela preparação das comidas, até a frequência de consumo de alguns alimentos.
 
— A correção dos hábitos alimentares também tem que incluir a correção de outros hábitos, o que gera uma mudança no modo como vivemos. À medida que nos alimentamos melhor, a pressão arterial também melhora, assim como o fígado, o intestino e todo o metabolismo. O emagrecimento se torna uma consequência desse novo estilo de vida — diz a nutricionista.
 
Lenice afirma que essa mudança deve vir acompanhada da prática de atividades físicas. E explica que, além do bom condicionamento, a prática regular de exercícios é uma forma que o corpo tem para eliminar gordura de uma maneira saudável.
 
Entretanto, a endocrinologista do complexo Santa Casa Graciele Tombini alerta que as pessoas têm procurado cada vez menos os tratamentos saudáveis. Segundo ela, o método mais utilizado por quem quer emagrecer é o uso de medicamentos sem prescrição médica:
 
— Não sou contra os medicamentos, mas quem usa deve saber que, sem uma dieta, eles não funcionam. E devem ser prescrito por médicos, justamente por terem efeitos colaterais que impedem seu uso por algumas pessoas.
 
Lenice lembra que um emagrecimento rápido e desregrado — com medicamentos e dietas sem acompanhamento de atividades físicas — pode sobrecarregar alguns órgãos. Nesses casos, o corpo libera uma quantidade maior de gordura e toxinas, que circulam pela corrente sanguínea e podem prejudicar o funcionamento de órgãos, desregulando o metabolismo.
 
— Não existe milagre, nenhum tratamento funciona sem dieta. Pessoas que fazem a redução de estômago e não mudam o estilo de vida, voltam a engordar — lembra Graciele.
 
Nova rotina, novo peso
A oferta de métodos para emagrecer é variada. Cirurgias de redução de estômago, remédios sem prescrição médica, chás e dietas prometem acabar para sempre com a obesidade. No entanto, além de ineficientes, muitos podem ser até prejudiciais à saúde. Mas é possível emagrecer de modo saudável e permanente?
 
A arquiteta Lenice Rodrigues, 47 anos, mostra que sim. Numa viagem para a Espanha, a arquiteta sentiu-se desconfortável ao experimentar as roupas. Estava 25 quilos acima do seu peso ideal. Decidida, resolveu que, quando voltasse ao Brasil, emagreceria.
 
— Resolvi dar um basta e voltar ao peso que eu tinha cinco anos antes — conta.
 
Com a ajuda de uma nutricionista, sem uso de medicação e dietas malucas, ela reeducou hábitos alimentares, voltou a praticar muay thai e começou a correr diariamente. Muito mais que ver a diminuição do número de suas roupas, ela começou a sentir seu corpo diferente.
 
— Hoje estou realmente muito melhor. Começo e termino o dia menos cansada. Não sinto dores e minha qualidade de vida mudou muito. Corro 10 quilômetros por dia e, às vezes, corro até para descansar e relaxar. Emagreci como consequência do meu condicionamento físico, não o contrário.
 
Zero Hora

Nenhum comentário:

Postar um comentário