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sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Nimesulida

Estrutura química da Nimesulida
A Nimesulida é uma droga da classe dos anti-inflamatórios não esteroides (AINE), com ações antitérmicas (contra febre), analgésicas (contra dor) e anti-inflamatórias.
 
A nimesulida é uma droga lançada no mercado em 1985 e vendida em mais de 50 países. Porém, devido a um maior risco de lesões do fígado, ela foi proibida de ser comercializada em vários países, incluindo os EUA, Japão, Reino Unido, Alemanha e Canadá.
 
Nomes comerciais da nimesulida
No Brasil e em Portugal, a nimesulida já é vendida como medicação genérica, sendo muito fácil encontrá-la nas farmácias. A nimesulida até o final da década de 2000 era um dos anti-inflamatórios mais vendido nestes dois países.
 
Em relação aos nomes comerciais disponíveis no mercado, os principias são:
 
- Aulin.

 - Cimelid.

 - Donulid.

 - Lidaflam.

 - Maxulid.

 - Neosulida.

 - Nilsagen.

 - Nimalgex.

 - Nimed.

 - Nisulid.

 - Scaflam.

 - Scalid
 
Indicações da nimesulida
A nimesulida é uma droga anti-inflamatória não esteroide indicada para o tratamento das dores de leve a moderada intensidade. Sua eficácia no tratamento da dor e da inflamação é semelhante aos de outros AINE, porém, a sua maior toxicidade hepática (risco de lesão do fígado) tem limitado o uso deste anti-inflamatório, fazendo com que a maioria das entidades médicas não o recomendem como primeira opção para o tratamento de diversas patologias.
 
A Agência Europeia do Medicamento (EMA) em 2012 emitiu parecer contra o uso da nimesulida para o tratamento de problemas osteoarticulares crônicos, que necessitam do uso prolongado de anti-inflamatórios. Sabemos que quanto maior o tempo de uso da nimesulida, maiores são os riscos de efeitos colaterais graves.
 
Entre as doenças que NÃO devem ser tratadas com nimesulida, podemos citar:
 
- Artrite reumatoide 

 - Osteoartrose

- Qualquer outro processo osteoarticular que necessite de uso prolongado de anti-inflamatórios para controle da dor ou da inflamação
 
A Agência Europeia do Medicamento autoriza o uso da nimesulida apenas para o tratamento de dores agudas e de curta duração, que necessitam de poucos dias de tratamento anti-inflamatório, como o caso de:
 
- Dismenorreia (cólica menstrual)
- Gota 

 - Amigdalites 

 - Febre

- Cálculo renal

- Inflamações após procedimentos odontológicos
 
Apesar da autorização, a agência ressalva que o nimesulida não deve ser a primeira opção de tratamento para essas condições. Sempre que possível, o paciente deve dar preferência a outros anti-inflamatórios.
 
A posição pessoal dos médicos editores do MD.Saúde é de não utilizar a nimesulida em nenhuma situação, uma vez que existem no mercado dezenas de outros anti-inflamatórios que não possuem o alto risco de lesão hepática da nimesulida. Não vemos vantagens no uso da nimesulida que compensem os riscos.
 
Posologia da nimesulida
A nimesulida é habitualmente vendida nas doses de 50 mg e 100 mg.
 
O medicamento pode ser administrado 1 ou 2 vezes por dia. A dose máxima que recomendamos é 100 mg de 12 em 12 horas.
 
O tempo de uso deve ser sempre o menor possível. Não recomendamos o uso da nimesulida por mais de 7 dias seguidos.
 
Efeitos colaterais da nimesulida
Sendo um anti-inflamatório não esteroide (AINE), a nimesulida partilha de boa parte dos efeitos colaterais da classe. A lesão do fígado, que é uma característica própria da nimesulida,  será abordada separadamente logo abaixo.
 
Os principais efeitos colaterais da nimesulida são: dispepsia (queimação no estômago), náuseas, azia, manchas na pele, coceira, tonturas, visão turva, sonolência, retenção de líquidos e edemas, prisão de ventre, excesso de gases e diminuição do volume urinário.
 
Duas complicações graves da nimesulida, que também podem ocorrer com o uso de qualquer outro anti-inflamatório, são a úlcera péptica e a insuficiência renal.
 
Lesão hepática pela Nimesulida
Uma característica no perfil de segurança da nimesulida que a distingue dos outros anti-inflamatório não esteroides é o maior risco de grave lesão do fígado.
 
A toxicidade hepática está associada ao uso prolongado e com doses elevadas da nimesulida. A lesão do fígado por variar de quadros bem leves, assintomáticos, apenas com elevação laboratorial das enzimas hepáticas TGO e TGP, até quadros de hepatite grave, com insuficiência hepática aguda e necessidade de transplante de fígado urgente.
 
Só para exemplificar, na Irlanda, antes da sua proibição,  foram detectados 56 casos de hepatite medicamentosa causada pela nimesulida, sendo 6 com necessidade de transplante de fígado e três mortes por insuficiência hepática.
 
Precauções e contraindicações da Nimesulida
A nimesulida não deve ser administrada a nenhum paciente que já tenha tido reação alérgica ou crise de broncoespasmo (asma) relacionada à qualquer anti-inflamatório não esteroide ou ácido acetilsalicílico (aspirina).
 
Nos pacientes com cirurgia programada, a nimesulida deve ser suspensa pelo menos 48 horas antes.
 
A nimesulida também não deve ser administrada em pacientes com:
 
- Insuficiência cardíaca

- Elevado risco de doenças cardiovascular, como infarto

- Gastrite ou úlcera péptica

- Insuficiência renal

- História de doença hepática

- Hipertensão mal controlada 

 - Sangramentos ativos

- Trombocitopenia (nível sanguíneo de plaquetas muito baixo)

- Hipercalemia (níveis elevados de potássio no sangue)

 - Gravidez ou em mulheres amamentando

 - Menos de 12 anos

- Pólipos nasais
 
Se for usar a nimesulida, sugerimos o uso por poucos dias, 3 a 5 preferencialmente, e com doses não maiores que 100 mg por dia.
 
MD Saúde
 
Nota.: Este artigo tem caráter apenas informativo. Não incentivamos ninguém a se automedicar. Jamais utilize medicamentos sem orientação de seu médico.

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