Explicação estaria na inflamação de células do sistema imunológico causado por hiperatividade
Rio - Uma pesquisa publicada na revista Neurology desta semana pode abrir mais um caminho para explicação e até para o tratamento da demência. Além de fazer uma associação direta entre sintomas de depressão e a perda de memória como consequência, o estudo sugere que a inflamação causada pela hiperatividade de células seria o responsável por deprimir os pacientes.
Rio - Uma pesquisa publicada na revista Neurology desta semana pode abrir mais um caminho para explicação e até para o tratamento da demência. Além de fazer uma associação direta entre sintomas de depressão e a perda de memória como consequência, o estudo sugere que a inflamação causada pela hiperatividade de células seria o responsável por deprimir os pacientes.
Pesquisas anteriores já haviam correlacionado depressão e demência,
mas nenhuma até então havia proposto uma explicação.
Só em 2013 foram 23
estudos nesta linha, que observaram cerca de 50 mil homens e mulheres
mais velhos. A grande maioria das pesquisas notou que adultos mais
velhos que sofriam de depressão eram duas vezes mais propensos a
desenvolver demência e tinham 65% mais chances de desenvolver Alzheimer.
Mas
o novo estudo, capitaneado pelo Centro de Medicina Integrativa Kaplan,
foi além. Os pesquisadores analisaram 1.764 pessoas sem problemas de
memória em torno de 77 anos e os acompanharam por cerca de oito anos.
Eles descobriram que as pessoas com declínio cognitivo leve e pessoas
com demência eram propensos a ter níveis mais elevados de sintomas de
depressão antes que eles fossem diagnosticados. Sintomas de depressão,
os investigadores estimaram, seriam responsáveis por 4,4% de diferença
em diminuição da memória que não poderia ser causada por danos
cerebrais.
E haveria ainda uma explicação. De acordo com os
cientistas, isso aconteceria porque a inflamação causada pela
hiperatividade das células do sistema imunológico poderia impedir o
fluxo de sangue, impactando as vias neurais do cérebro. O estudo entende
a depressão como um sintoma de inflamação no sistema nervoso, e não uma
doença em si, o que a tornaria administrável. É também possível que a
depressão também aumente o stress ao cérebro, o que poderia desempenhar
um papel em sua deterioração.
Se estiver correta, a pesquisa poderia abrir um caminho para o tratamento da depressão, reduzindo o risco de demência.
O Globo
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