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sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Design dos cardápios influencia mais o seu pedido do que você pensa, segundo pesquisa

Foto: Reprodução
Forma como refeição é apresentada tem mais poder sobre venda do que critérios nutricionais  

Rio - Escolher um prato no cardápio pode exigir um olhar bem mais criterioso do que se imagina. Uma pesquisa publicada pela “International Journal of Hospitality Management” analisou as escolhas de 300 clientes a partir de 217 menus e descobriu que, muitas vezes, os pedidos tinham mais a ver com o design do próprio menu — ou com a imagem e a descrição da comida — do que com a preferência de cada um. E o pior: a maior parte das tentativas de influência dos restaurantes levava a escolhas menos saudáveis.

Analisando o quadro mais a fundo, os autores Brian Wansink e Katie Love descobriram que as descrições mais tentadoras correspondiam aos pratos mais cheios de gordura, sal e outros componentes potencialmente perigosos. Para comprovar esses efeitos, eles alteraram a descrição de alguns itens. O “filé de pescado” virou “suculento filé de pescado do mar italiano”, e o "arroz e feijão vermelho” foi transformado em "feijão vermelho à moda cajun e arroz”. O resultado? As vendas desses itens mais balanceados subiram 28%. Além disso, os clientes estavam dispostos a pagar, em média, 12% a mais por alimentos com nomes atraentes.

Vai de purê ou creme aerado?
A importância da descrição dos pratos é uma velha conhecida da nutricionista clínica Virgínia Nascimento. Segundo ela, essa preocupação faz toda a diferença na hora de elaborar uma dieta:

— Se falamos em purê, as pessoas associam com coisas monótonas, sem gosto. Mas, se já mudamos o nome para creme de legume aerado ou espuma de determinado legume, o olhar das pessoas é outro.

Diante das constatações da pesquisa, Wansink afirmou à revista “Time” que o segredo para garantir uma boa refeição é conversar com o garçom.

— Pergunte quais são as duas ou três entradas mais leves que recebem o maior número de elogios ou qual é a melhor coisa no menu para uma pessoa que deseja uma refeição light — recomendou.

As economistas Christina Ossich e Elaine Tavares sabem disso. Enquanto almoçavam em um restaurante no Centro do Rio de Janeiro ontem, elas garantiram que buscam extrair o máximo de informações antes de fazer o pedido.

— Se não conseguir entender tudo, peço orientação aos funcionários. Para mim, quanto mais transparente for o cardápio, melhor — avalia Christina.

A colega Elaine reforça as conclusões da pesquisa. Para ela, é notório como alguns restaurantes realmente induzem os clientes.

— Vejo que, muitas vezes, os pratos mais caros são mais destacados. Ou, dependendo do horário, aqueles que são mais fáceis de preparar é que ganham mais visibilidade — diz. — Para mim, é fundamental um cardápio transparente e informativo.

Segundo a coordenadora de Design da ESPM Rio, Eliana Formiga, o uso de adjetivos e nomes personalizados têm aparecido crescentemente nos menus. Segundo ela, esse não é o problema:

— A princípio, isso não deve ser motivo de desconfiança. Mas é um direito do cliente saber exatamente o que está comendo.

‘Clientes estão mais atentos"’
O chef Pedro de Artagão afirma que os restaurantes têm de tratar seus pratos de maneira padrão. E sustenta não haver mais espaço para quem tenta supervalorizar determinados itens para vender mais.

— Quem age assim está fadado ao insucesso. Os clientes estão mais atentos a esses detalhes — pontua, citando exemplos de frequentadores de restaurantes que utilizam as redes sociais para fazer reclamações.

O Globo

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