Assim como um sistema de escoamento de água ineficaz provoca a formação de poças de água nas ruas, problemas no sistema circulatório podem atrapalhar o trabalho das válvulas na condução do sangue e dilatar visivelmente as veias, que ganham uma coloração azulada e ficam tortuosas.
As varizes ou veias varicosas manifestam-se com mais frequência nas pernas, gerando um incômodo estético que pode chegar a comprometer a saúde.
O angiologista Edson Amaro afirma que a doença promove uma desorganização circular que tem como uma de suas raízes uma predisposição hereditária. Ter uma rotina que requer passar longos períodos em pé e a falta de atividades físicas também são fatores preponderantes. Componentes hormonais dos anticoncepcionais orais, gravidez e a menor concentração de massa muscular fazem com que as mulheres sejam três vezes mais atingidas pelas varizes do que os homens.
Quando não possuem mais do que três milímetros de espessura, as varizes são enquadradas na fase inicial e consideradas somente uma preocupação estética. As varizes de médio calibre ultrapassam essa medida e começam a motivar queixas como sensação de peso e cansaço ao fim do dia que só melhoram quando se deita com as pernas para cima.
Varizes de meio a um centímetro estão na categoria de grosso calibre e podem provocar inchaço, pequenas hemorragias de coloração amarronzada e até feridas. Varizes têm solução, mas a escolha do tratamento depende do calibre dos vasos e da avaliação do angiologista ou cirurgião vascular.
Formas de tratar
Para fazer uma análise minuciosa do funcionamento das veias é necessário realizar o exame Doppler vascular, que também é uma medida de prevenção de doenças. O cirurgião vascular Eduardo de Avelar explica que, além da cirurgia tradicional, surgiram outros métodos de extermínio dos vasos varicosos – com o diferencial de não serem invasivos.
Segundo o médico, as varizes de pequeno calibre podem ser tratadas com a escleroterapia, técnica já consagrada que injeta uma droga líquida que destrói os vasos. Nos casos de grosso calibre, são aplicados os métodos a laser e o de radiofrequência, que queimam as veias. Contudo, há considerações sobre a técnica a laser. Avelar aponta o alto preço dos equipamentos e o angiologista Edson Amaro pondera que o procedimento ainda está em evolução e, caso o aparelho seja mal manuseado, pode causar manchas e queimaduras.
Avelar aponta uma forma de tratamento que dispensa anestesia, apresentando assim uma vantagem em relação às outras. É a escleroterapia com espuma, que leva esse nome porque consiste na injeção de uma droga detergente produtora de uma espuma cujas bolhas microscópicas expulsam o sangue das veias.
De acordo com o cirurgião, em geral são necessárias até dez sessões para eliminar os vasos, com intervalos entre uma semana e 15 dias. Além do uso de medicamentos que protegem as paredes das veias, o tratamento clínico acompanha o uso de meias elásticas medicinais que comprimem suavemente os membros inferiores e auxiliam a circulação. Cabe ao médico avaliar qual o modelo de meia ideal para o paciente, que pode adquiri-la em casas de material cirúrgico e algumas farmácias.
Previna-se
As meias elásticas também são uma maneira de evitar as varizes, principalmente para quem tem histórico familiar. O simples hábito de movimentar as pernas é fundamental na prevenção das veias dilatadas. Evite mantê-las por muito tempo cruzadas e procure não passar horas sentado, levantando para “esticar as pernas” de vez em quando. Na hora de repousar, colocar as pernas para cima também é bom.
Àqueles que não têm como fugir dos longos períodos de engarrafamento, o angiologista Edson Amaro indica um exercício bem fácil para estimular a circulação, o deslocamento “dos pés com alternância de elevação ora das pontas dos pés ora dos calcanhares com um pouco de resistência e contração dos músculos das panturrilhas”, que se parece com o movimento da pisada no acelerador.
O cirurgião vascular Eduardo de Avelar enfatiza a importância de combater o sedentarismo, indicando a caminhada como melhor exercício. “Caminhar 40 minutos a uma hora diariamente ou pelo menos cinco vezes na semana”, recomenda.
Quem é portador de microvasos – sem insuficiência vascular profunda – ou tem casos de varizes na família precisa redobrar o cuidado ao praticar musculação. Amaro orienta os pacientes a usar menos carga e compensar fazendo um maior número de repetições.
Fonte webnoticia.com.br
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