Lista ainda inclui glaucoma, catarata e degeneração provocada pela idade
O Brasil tem mais de 12 milhões de diabéticos. Desse total, metade tem risco de desenvolver retinopatia diabética, um desdobramento do diabetes que afeta os olhos e pode provocar lesões graves e até a perda total da visão.
“É uma doença séria, e a maior causa de cegueira irreversível em populações economicamente ativas”, afirma Marcos Ávila, oftalmologista e professor titular da Universidade Federal de Goiás. Catarata, glaucoma e a degeneração da visão, provocada pela idade e diagnosticada apenas em idosos, completam a lista.
O problema não é consequência da doença principal, mas reflexo do descontrole e do descaso no tratamento do diabetes, lamentam os especialistas. Os fatores de risco são amplamente conhecidos: sedentarismo, alimentação, hipertensão e tabagismo.
“Manter-se longe desses comportamentos diminui em 50% do risco de desenvolver retinopatia diabética”, revela Jacó Lavinsky, oftalmologista e presidente do 36º Congresso Brasileiro de Oftalmologia, que ocorre até quinta-feira (8) em Porto Alegre.
Pacientes que têm a doença há mais de oito anos, diabéticos negligentes com a própria saúde e portadores que não controlam os próprios índices glicêmicos têm os maiores riscos de desenvolver retinopatia.
O exame de fundo de olho, feito nos consultórios médicos, permite que o problema seja detectado e tratado precocemente. Quando diagnosticado em tempo, é possível reverter o quadro sem deixar sequelas.
“É um exame preventivo tão importante para o diabético quanto a mamografia para a população feminina. Ter disciplina e controle são regras básicas na vida desses pacientes”, afirma Lavinsky.
O descontrole do diabetes provoca fissuras, também chamadas de microaneurismas, nos vasos da retina. Por elas, escapam líquidos como gorduras e o sangue, que ficam infiltrados dentro das camadas da retina e são responsáveis por comprometer as células nervosas visuais e provocar a cegueira. Com a pupila dilatada, o oftalmologista consegue visualizar esse escape de líquidos.
Alternativas
No estágio inicial da doença, o tratamento com laser consegue queimar as fissuras e restaurar a visão. Em fases mais agudas, no entanto, elas não se fecham por completo e é preciso complementar com injeções aplicadas no próprio globo ocular, a cada 30 dias, durante três meses. As injeções favorecem a absorção de sangue e gordura inflitrados e corrigem o dano. Outra alternativa é a cirurgia, usada para remover os tecidos anômalos formados pela retinopatia.
No estágio inicial da doença, o tratamento com laser consegue queimar as fissuras e restaurar a visão. Em fases mais agudas, no entanto, elas não se fecham por completo e é preciso complementar com injeções aplicadas no próprio globo ocular, a cada 30 dias, durante três meses. As injeções favorecem a absorção de sangue e gordura inflitrados e corrigem o dano. Outra alternativa é a cirurgia, usada para remover os tecidos anômalos formados pela retinopatia.
As opções de tratamento são relativamente acessíveis – o laser e a cirúrgia são feitos em alguns hospitais públicos do País. Na avaliação de Ávila, tais procedimentos não são os grandes gargalos da doença. O que limita o controle, garante o especialista, é a falta de informação sobre como prevenir o problema.
“Há cinco anos, a ignorância era generalizada. Hoje, as campanhas feitas pelo Ministério da Saúde e pela Sociedade Brasileira de Oftalmologia caminham para mudar essa realidade. Cabe ao paciente reconhecer os riscos e buscar prevenção e atendimento médico. Não é normal um paciente se descobri diabético durante a consulta oftalmológica, por conta da retinopatia. Infelizmente, isso acontece.”
Fonte IG
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