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segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Calvície: medicina tem boas notícias para quem está em busca dos fios perdidos

Veja como amenizar a calvície – ou decida se é melhor assumir de vez a careca

A popular marchinha de Carnaval escrita em 1942 por Roberto Roberti e Arlindo Marques Jr. pregava que “é dos carecas que elas gostam mais”. Mesmo que a frase seja simpática, pouco adianta para amenizar o efeito da calvície na autoestima masculina. A verdade é que é difícil encontrar um homem que se contente ao ver seu patrimônio capilar rarear.

Muitos, para disfarçar as falhas no couro cabeludo, fazem verdadeiros malabarismos tentando redistribuir as madeixas remanescentes. E a notícia não é nada animadora: invariavelmente, metade dos homens ficará calvo entre a puberdade e os 50 anos. Destes, 10% se incomodam tanto com a característica que saem em busca de tratamentos e poções miraculosas. Alternativas não faltam. Vão desde comprimidos, aplicações de laser, loções e transplante capilar.

O problema ataca também as mulheres, como explica o dermatologista Francisco Le Voci, cirurgião Dermatológico do Hospital Albert Einstein de São Paulo. Elas têm o problema na mesma proporção, porém em menor intensidade do que se pode ver nos homens.

— Elas não chegam a ficar completamente carecas, apenas com menos cabelos — detalha.

A explicação é que a mulher é protegida por uma enzima do couro cabeludo chamada aromatase, que não permite que a testosterona disponível no organismo se transforme em dihidrotestosterona, hormônio que faz com que os folículos pilosos geneticamente
propensos se debilitem à medida que passam mais tempo expostos a essa substância. Por consequência, os cabelos duram menos tempo e crescem cada vez mais fracos, até que a raiz morra.

— Os medicamentos preventivos atuam bloqueando a ação da dihidrotestosterona,permitindo que os cabelos durem mais — explica o médico Dácio Wichrowski, que há 12 anos trabalha no ramo.

Nem todo careca pode ser chamado de calvo. Calvície é a alopecia androgenética, que está ligada a fatores hereditários. Existem outras causas que também podem derrubar os fios temporariamente. Uma das mais comuns está ligada ao estresse.

— Quem passa por um estresse intenso e tem perda de cabelo, se não tiver o gene para a calvície, recupera todo os fios perdidos — explica Adriano Almeida, tricologista e diretor da Sociedade Brasileira de Cabelo.

Um dos medicamentos mais adotados por quem trata do problema é uma loção que provoca vasodilatação do couro cabeludo e melhora em 30% dos casos: o aporte sanguíneo na região, tornando mais efetivo o transporte de nutrientes. Há ainda opções com medicações orais, injeções na cabeça (intradermoterapia), uso de laser frio no couro cabeludo para estimular a circulação, xampu para oleosidade. Geralmente, espera-se que em dois anos surta algum efeito no tratamento.

Segundo especialistas, apesar de não haver métodos cem por cento eficazes de prevenção, quanto mais cedo se procura ajuda, mais chances têm de minimizar a evolução do quadro.

— A raiz que morreu não pode ser mais recuperada, exceto com transplante capilar. O tratamento é para toda a vida — alerta o presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia, Gustavo Pinto Corrêa.

Transplante é boa alternativa
Método existente há mais de sete décadas, a cirurgia de transplante capilar já foi alvo de desapontamentos ao longo dos anos pela aparência nada natural que conferia aos pacientes. De 10 anos para cá, aprimoramentos na técnica permitem copiar a natureza e reabastecer a careca de forma sutil, numa espécie de artesanato, onde os fios são aplicados um a um.

— Antigamente, faziam retalhos para implantar e ficava aquela aparência de cabeça de boneca ou plantação de cebola. Agora não há mais necessidade de levantar o couro cabeludo para aplicar o cabelo. É menos agressivo do que obturação de dente — diz o cirurgião plástico Miguel Sorrentino.

Dentre as cirurgias plásticas, essa é a mais artesanal e a mais distante da perfeição. Ela pode ser feita em ambos os sexos, mas não sem antes avaliar a progressão da calvície. É a segunda cirurgia plástica mais realizada no homem. A primeira é a lipoaspiração.

— Em quadros iniciais, pode ser contraindicado pois não sabemos como se dará a estabilização da queda — diz o tricologista Adriano Almeida.

Deve-se levar em conta ainda a área doadora, localizada próxima à nuca, onde os folículos pilosos são mais preservados pela ausência da ação hormonal. Alguns casos, a careca está tão estabelecida que não há muito o que fazer. Para ajudar nesses casos, o cirurgião plástico Carlos Uebel inventou uma técnica na qual ele centrifuga uma porção de sangue do paciente, até que se produza o plasma concentrado. Depois, a área retirada é embebida na solução por cerca de 15 minutos e está pronto para a semeadura.

— Percebemos que os fios fracos estimulados com os fatores de crescimento plaquetários formados por células-tronco, retiradas do sangue do paciente. É o equivalente ao adubo fertilizante usado em uma plantação. Consegue-se até 50% mais de cabelo do que em paciente normal. Cerca de 15% dos casos podem se beneficiar — destaca Uebel.

É também uma técnica que pode ser repetida até atingir a aparência desejada. Em 15 anos, tem gente que chega a repetir três vezes o procedimento.

Entenda a cirurgia
:: O corte tem dois centímetros de altura, por 28 centímetros de comprimento na parte de trás da cabeça, abaixo do lóbulo da orelha.

:: São retiradas de 2 a 7 mil raízes, que são separadas uma a uma. As raízes são aplicadas no ápice da cabeça com uma lâmina similar à agulha ou aparelho de laser.

:: É ambulatorial, com anestesia local e sedação e dura de duas a seis horas.

:: O paciente fica com centenas de pontinhos vermelhos no couro cabeludo.

:: Os primeiros fios começam a brotar em cerca de três meses.

:: O resultado é visto em um ano.

:: O preço do procedimento varia entre R$ 8 mil e R$12 mil.

:: É preciso ter cuidados como manter a cabeça elevada ao dormir e não fazer esforço.

:: Não é utilizado cabelo de outra pessoa.

:: O cabelo implantado não cai mais. A manutenção é feita uma vez por mês e a há revisões a cada 12 meses.

Fonte Zero Hora

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