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segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Estratégia: Pequenos e médios laboratórios se unem por competitividade

Modelo de negócio permite sustentabilidade das empresas no mercado dominado por grandes redes

Para concorrer de igual para igual com grandes grupos laboratoriais de análises clínicas do País, algumas empresas do ramo, de pequeno e médio porte, estão se unindo e virando parceiras. No sul do Brasil as alianças entre laboratórios são significativas e o G8 já é composto pelos laboratórios Unidos, Trindade, Santa Luzia, Gênesis, Pró-Vida, Nossa Senhora de Fátima, Ciência e Diagnóstico.
Porém, a iniciativa ainda é incipiente. Segundo o sócio da rede Reação, Rafael Marin, uma das mais bem estruturadas no Brasil (Reação, do Sul, Lab Rede, de Minas, LCA, de São Paulo e LabForte, da Bahia), que fatura, em média, R$ 12 milhões por ano.

De acordo com ele, o negócio surgiu para promover um equilíbrio no mercado. Até então, só grandes como Dasa e Fleury detinham a maior fatia do bolo. “Quando pensamos no modelo de negócio, ainda em 1999 e com apenas três sócios, nosso objetivo era proporcionar benefícios para ambos os lados, ou seja, cliente e empresário”, conta. Entretanto, o negócio cresceu e hoje, já com 230 laboratórios conveniados à rede, viram que podem ir além. “Atendemos com a mesma qualidade e com o menor preço – pelo menos 35% mais barato do que as grandes redes – por conta do nosso poder de barganha. Quanto mais associados temos, mais competitivos nos tornamos”, lembra Marin.

Mas para o consultor especializado em laboratório da consultoria Formato Clínico, Gustavo Campana, o crescimento é limitado por um fator cultural. Para ele, pequenos e médios empresários brasileiros são apegados ao cargo. “Alguns empresários não enxergam em longo prazo e não entendem que, para se tornarem competitivos com este bom modelo de negócio, precisam se reciclar: sair da posição de dono e se tornar um gestor, um associado. Isso, por incrível que pareça, é o limitador de crescimento de empresas com este formato”, enfatiza Campana.

Mesmo assim, há espaço para se desenvolver e se consolidar no mercado dos grandes. “Não tenho dúvida que redes de laboratórios são uma tendência. Tal como em outros setores, o sucesso é certo. Juntas, conseguem movimentar boa parte desse mercado e oferecer um serviço de qualidade para clientes e profissionais do ramo”, afirma.

Benefícios
Fazer parte de uma rede como a Reação, por exemplo, gera outros benefícios que, muitas vezes, sozinhos os laboratórios nunca conseguiriam. Para Marin, as empresas que topam entrar no negócio lucram em diversas áreas. “Contam com a manutenção de tecnologia que oferecemos, também conseguimos selos de qualidade, o que é estendido a todos os laboratórios da rede”.


Campana diz que, além de certificação de qualidade e suporte de tecnologia avançada, os associados também trocam experiências em outras áreas de suma importância para as empresas, como marketing, processos e gestão, o que faz toda a diferença em termos de competitividade no mercado.

Já o consultor estratégico Edson Gil, não aposta no formato, a não ser que seja bem fundamentado e com atuação restrita à determinadas áreas. “Apesar de ser uma excelente ideia, não acredito que associativismo se consolide em todas as frentes do negócio. Talvez em parcerias de compras ou em centrais de exames”.

Mesmo com as possibilidades, o que faz um pequeno laboratório migrar para uma associação não é ainda o networking, e sim o poder de barganha em compras de produtos e ofertas de exames.

O sócio do Reação diz que esse é o chamariz. “Por termos uma boa carteira de conveniados em relação à quantidade, conseguimos negociar como os grandes e, com isso, diluir os custos”, afirma Marin.

Campana acrescenta duas comodidades aos associados. Além de melhores condições com fornecedores, as empresas adquirem boa entrada na negociação nos convênios, que não podem ser esquecidos. Ganhar em escala de produção também enche os olhos dos laboratórios que, pequenos, não conseguem atender a demanda.

“Para mim, é aí que está o benefício, ser grande mesmo sendo pequeno. Poder atender, na sua região, com alta tecnologia e baixo custo é o sonho de todo empresário. Isso deve ser levado em consideração.”

Campana considera importante não abrir mão da regionalidade. “Ultimamente, as pessoas não encontram serviços laboratoriais de qualidade na região onde moram, principalmente, se for longe dos grandes centros urbanos. Por isso, fazer parte de uma rede e poder oferecer todos os exames, mesmo os de menor complexidade, é um diferencial que conta muito, ninguém quer sair da sua cidade para fazer exames.”

Não existem grandes exigências para que pequenos e médios laboratórios se associem às redes como essas, ser idôneo é a única premissa. “Não fazemos nenhum processo de seleção rigoroso, só verificamos se o laboratório é honesto e enquadra-se em nosso modelo. Se os quesitos forem contemplados, pronto, já é um parceiro”, finaliza Marin.

Fonte SaudeWeb

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