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segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Placebo: Fazendo bem, que mal tem?

Pesquisa mostra que pílulas sem efeito ajudam mesmo quando os pacientes sabem disso

Ao buscar a palavra placebo no dicionário, o Aurélio explica: forma farmacêutica sem atividade, cujo aspecto é idêntico ao de outra farmacologicamente ativa. Dessa forma, caso o placebo provoque algum resultado, este será, apenas, de natureza psicológica.

Pois, em uma experiência incomum para entender melhor o “efeito placebo”, pesquisadores norte-americanos descobriram que esses “remédios” inócuos podem ajudar os pacientes a se sentirem melhor mesmo quando eles estão plenamente conscientes de que estão tomando uma pílula de açúcar.

Quase 60% dos pacientes com síndrome do intestino irritável relataram que se sentiram melhor após tomar placebos – sabendo que eram placebos – duas vezes por dia, comparado a 35% dos que não receberam qualquer tratamento novo, relataram os pesquisadores na revista Public Library of Science PLoS ONE.

“Não apenas deixamos absolutamente claro que as pílulas não tinham ingrediente ativo algum, como ainda colocamos a palavra ‘placebo’ impressa no vidro que continha as cápsulas” afirmou no estudo o líder da pesquisa, Ted Kaptchuk da Escola de Medicina de Harvard e do Centro Médico Beth Israel Deaconess, em Boston.

O efeito placebo tem sido documentado praticamente desde o início da medicina. Os placebos são também vitais para a investigação sobre novas drogas ou tratamentos, e em geral os cientistas têm documentado que de 30% a 40% dos pacientes relatam sentir-se melhor ou mostram melhora documentada dos sintomas, mesmo sem saber que estão tomando um placebo.

É considerado antiético, no entanto, dar a um paciente placebo como parte do tratamento médico padrão, e não lhes dizer que é apenas uma pílula de açúcar. A maioria das pessoas crê que o placebo não funciona se o paciente sabe que é um placebo.

Para testar essa crença popular, Kaptchuk e seus colegas recrutaram 80 pacientes com síndrome do intestino irritável – uma condição crônica caracterizada por dor abdominal – para receberem placebo ou nada durante três semanas e serem cuidadosamente monitorados. Os que receberam placebos foram lembrados que estavam tomando pílulas totalmente inertes.

“Me senti estranho com pacientes pedindo para literalmente tomar placebo. Para minha surpresa, no entanto, a pílula inócua funcionou para muitos deles”, disse Anthony Lembo, um perito que trabalhou no estudo.

O estudo foi financiado pelo Centro Nacional para Medicina Complementar e Alternativa dos Estados Unidos.

Fonte IG

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