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quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Carência de vitamina D não é notada e pode comprometer a saúde

Ingestão e absorção insuficientes do nutriente podem levar a fragilidade óssea, baixa imunidade e até depressão

A vitamina D é de extrema importância para o desenvolvimento, crescimento e manutenção de um corpo saudável, começando na gravidez e seguindo por toda a vida. Mas para ser efetivamente sintetizada pelo organismo, é necessário exposição à luz solar.

“Você pode consumir fontes de vitamina D – como leite e derivados, além de alguns peixes como salmão, atum e sardinha –, mas ela só alcançará sua forma ativa (a vitamina D3) com a interação dos raios ultravioletas (UV)”, explica o endocrinologista Ronaldo Arkader, do Hospital Albert Einstein, de São Paulo.

Porém, pelo fato de as pessoas ficarem mais tempo em locais fechados e também por conta do receio de câncer de pele, não há exposição suficiente ao sol.

“No Brasil, embora haja sol praticamente o ano todo, o uso de filtros solares pode limitar a disponibilidade da vitamina D”, diz a nutricionista Maria Fernanda Elias, mestre em saúde pública e doutoranda em nutrição humana aplicada pela Universidade de São Paulo (USP).

Devido à maior quantidade de melanina (um filtro solar natural) na pele, os negros são mais suscetíveis à deficiência. A obesidade também pode dificultar a absorção de vitamina D, já que o nutriente pode ficar preso no tecido adiposo, impedindo sua metabolização e utilização pelo organismo.

A Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2008-2009, divulgada no ano passado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), alertou para a inadequação de vitamina D em 99,6% dos homens entre 19 e 59 anos e em 99,2% entre as mulheres da mesma idade. Em indivíduos com mais de 60 anos, o número foi superior a 99%. Entre as crianças e os adolescentes, os índices também foram altos.

Essa carência nutricional pode comprometer a densidade de massa óssea na fase de crescimento (infância e adolescência), bem como atingir indivíduos adultos.

“A baixa ingestão de vitamina D diminui a absorção e, consequentemente, o aproveitamento de cálcio e fósforo pelo organismo, aumentando o risco para osteoporose”, diz Maria Fernanda. “Além disso, ela está diretamente relacionada com funções metabólicas e atividades musculares, cardíacas e neurológicas”, completa.

O problema é que os “estragos” da deficiência só serão sentidos quando já ocorrem manifestações mais graves como a osteopenia ou a osteoporose.

O Vitamin D Council, organização americana sem fins lucrativos que estuda e divulga o tema, descreve alguns sintomas de deficiência de vitamina D como dor crônica, ossos fracos, infecções frequentes, depressão, má qualidade de sono e baixa imunidade.

“Mas infelizmente são manifestações inespecíficas. Por isso as pessoas demoram a perceber”, diz Arkader.

Um exame de sangue simples – o 25-hidroxi vitamina D – pode detectar o problema e apontar o tamanho da deficiência.

Para corrigir o quadro de carência, é necessário reforçar o consumo de fontes dietéticas de vitamina D e otimizar a exposição solar. “Exponha-se ao sol de 10 a 15 minutos, pelo menos três vezes por semana, sem protetor solar em períodos de menor risco à pele, ou seja, antes das 10 da manhã e após as quatro da tarde”, aconselha Maria Fernanda. Se isso não for suficiente, será necessário incluir uma suplementação no dia a dia, sempre com orientação médica.

Fonte IG

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