Nova pesquisa norte-americana pode apontar novo caminho para baratear custos e introduzir a proteção na rede pública
Uma pesquisa feita pelo Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos, recém-divulgada, aponta um novo caminho que deve facilitar a introdução da vacina contra o vírus HPV nas redes públicas de saúde.
Hoje, no País, as doses são encontradas apenas em clínicas particulares a um custo médio de R$ 600.
Pelos dados apresentados na pesquisa norte-americana, duas doses do imunizante fabricado pela empresa farmacêutica GSK seriam tão protetoras como as três doses hoje necessárias e utilizadas. Esta redução – que ainda precisa de mais estudos para virar uma recomendação oficial – pode baratear os custos da aplicação da vacina e facilitar a logística para uma aplicação em massa, dois fatores que facilitam sua adoção por programas públicos de prevenção.
No Brasil, por exemplo, o Instituto do Câncer (Inca) estuda há cinco anos a possibilidade de oferecer as doses gratuitas para as meninas em idade escolar (antes dos 13 anos). O HPV, não tratado, pode evoluir para câncer de colo de útero, o segundo tipo mais letal na população feminina (só perde para o de mama). Pelas projeções da entidade, todo ano, 20 mil mulheres adoecem desta doença.
Um dos argumentos em análise para a oferta gratuita da vacina é o preço, afirmaram representantes do Inca e do Ministério da Saúde em documento.
“A introdução da vacina na rede pública significaria um impacto de R$1,857 bilhão, apenas para cobertura da faixa etária de 11 a 12 anos. Como comparação, ressalta-se que o orçamento do Programa Nacional de Imunização é de R$ 750 milhões/ano.”
Neste sentido, avalia Renato Kfouri, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (Sbim), os achados do novo estudo norte-americano trazem boas notícias. “Outras vacinas já implantadas na rede pública, como a do meningococo, passaram por estes testes de redução de doses. É a projeção de um novo caminho, que ainda não pode ser encarado como regra, mas sim uma opção.”
O estudo
O estudo norte-americano acompanhou 7.466 mulheres, entre 18 e 25 anos, todas da Costa Rica e que tomaram a vacina do HPV fabricada pela farmacêutica GSK, que protege contra os tipos 16 e 18 do vírus, dois dos mais incidentes na população mundial e os mais associados ao câncer de colo do útero.
O estudo norte-americano acompanhou 7.466 mulheres, entre 18 e 25 anos, todas da Costa Rica e que tomaram a vacina do HPV fabricada pela farmacêutica GSK, que protege contra os tipos 16 e 18 do vírus, dois dos mais incidentes na população mundial e os mais associados ao câncer de colo do útero.
A recomendação para todas as participantes era tomar as três doses preconizadas, mas 20% delas receberam apenas uma ou duas doses (ou porque engravidaram ou porque não voltaram à unidade).
Após os quatro anos, os pesquisadores constataram que duas doses conferiam a mesma proteção do que três. Em comunicado oficial, o Instituto Nacional de Câncer dos Estados Unidos afirmou que ainda são necessários “estudos adicionais” para avaliar a eficácia das doses reduzidas.
“Mais pesquisas são necessárias para confirmar nossos resultados em outras populações, bem como quantificar a duração da proteção", informaram.
"Se outros estudos confirmarem que menos de três doses fornecem proteção adequada contra os tipos 16 e 18 do vírus HPV 16 e 18, isso pode ser um passo para a prevenção do câncer cervical, especialmente para as mulheres que moram em países pobres."
Mais opções
No Brasil, a além da GSK, o laboratório MSD também fabrica vacinas contra o vírus HPV. Esta imunização também só está disponível por aqui na rede privada de saúde, em três doses.
Fonte IG
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