Vítor Veloso, Presidente da Liga Portuguesa Contra o Cancro –
Núcleo Regional do Norte sobre os cortes na saúde.
Correio da Manhã – Em que medida é que os cortes na saúde vão afectar a oncologia?
Vítor Veloso – Já está a acontecer. A directriz do Ministério proíbe que todos os hospitais peçam exames ao exterior. Se não têm possibilidades de os fazer, haverá atraso no exame de diagnóstico. Nalguns hospitais, o tempo de espera é de 3 a 4 meses, o que pode ser fatal. Se os cortes forem maiores, é pior.
–É uma área dispendiosa?
– Não. A oncologia está subfinanciada. Gastamos 53 euros per capita na área da oncologia, enquanto a Europa gasta o dobro. E a mortalidade por cancro já superou as mortes por doenças cardiovasculares.
– Há algum motivo para esse subfinanciamento?
– A culpa é da visão de quem governa. Sou a favor de cortes devidamente aplicados, mas há Ministérios que mereciam cortes muito maiores.
– Qual seria a solução?
– É preciso ver as valências que cada hospital pode ter. Os cortes seriam aí. Há tratamentos de ponta utilizados num hospital que não tem know-how e isso resulta num doente maltratado.
Fonte Correio da Manhã
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