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segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Estudo mostra que dois em cada três casos de aneurisma estão ligados ao tabagismo

Pesquisa feita pelo Serviço de Neurocirurgia do Hospital de Transplantes do Estado de São Paulo mostra que 62% dos pacientes que sofreram aneurismas cerebrais fumavam regularmente. O estudo analisou 250 casos nos últimos dois anos.

O levantamento destaca que os fumantes são até dez vezes mais propensos a apresentar hemorragias cerebrais causadas pelos aneurismas. O fumo, de acordo com a pesquisa, está diretamente ligado ao surgimento de casos em pacientes que já trataram do aneurisma ou que ainda enfrentam o problema.

Segundo Rafael Vicente Alves, neurocirurgião do Hospital de Transplantes do Estado de São Paulo, toxinas do cigarro enfraquecem uma proteína fibrosa e flexível, chamada de elastina, encontrada na parede dos vasos sanguíneos. A fragilidade da proteína facilita a ocorrência de um aneurisma – espécie de embaulamento do vaso – que ocorre quando há dilatação anormal de uma artéria ou veia do cérebro. O sangramento causado pelo rompimento desse vaso pode levar o paciente à morte.

“A doença é traiçoeira. Normalmente o paciente descobre que tem aneurisma quando ele sangra, e é um sangramento muito grave. Cerca de 12 a 15% dos pacientes evoluem para para o óbito antes mesmo de chegar ao hospital”, explica.

Segundo o médico, dos pacientes que sobrevivem, cerca de 50% vão conviver com algum tipo de sequela grave. O aneurisma é mais comum nas mulheres, devido a fatores hormonais. No Hospital de Transplantes, aproximadamente 80% dos casos em tratamento de aneurisma são em mulheres.

Para tratar do aneurisma é necessária a intervenção cirúrgica. Na técnica chamada de embolização endovascular, o paciente é operado com um pequeno furo feito, geralmente, próximo à virilha. Pela incisão, o material cirúrgico percorre os vasos do paciente até o local exato do aneurisma para preencher o espaço rompido. No entanto, há casos que precisam ser tratados pelo modo convencional, em que há abertura do crânio.

Além do cigarro, colaboram para o surgimento de aneurismas a hipertensão arterial, o diabetes, as alterações de colesterol, o consumo de álcool e as doenças infecciosas inflamatórias. “As pessoas têm de trabalhar em fatores que elas conseguem controlar. Controle de pressão, o diabetes, as alteração de gorduras no sangue, evitar álcool, e não só não fumar, mas também não conviver com pessoas que fumam, para evitar fumar passivamente”, ressalta o médico.

Fonte Ãgência Brasil

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