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quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Governo lança plano de R$ 4 bilhões para combate ao crack

Projeto tem atuação conjunta com Estados e municípios

A presidente Dilma Rousseff lançou nesta quarta-feira (7), em cerimônia no Palácio do Planalto, um novo plano de combate ao uso do crack no Brasil. O plano Crack, É Possível Vencer! terá investimentos de R$ 4 bilhões em atuação conjunta do governo federal, Estados e municípios.

O novo programa vai complementar as ações do Plano Integrado de Enfrentamento ao Crack, lançado no ano passado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Entre as ações previstas para a área de saúde está a criação de enfermarias especializadas nos hospitais do SUS (Sistema Único de Saúde), com investimentos de R$ 670,6 milhões para a criação de 2.462 leitos destinados ao tratamento de usuários de droga.

A luta contra o crack foi uma das principais bandeiras de campanha de Dilma em 2010, quando ela concorreu à Presidência. Durante o lançamento do plano, ela deu um recado aos pais e mães de dependentes da droga.

- Quero dizer que nós todos temos que fazer da dor deles a nossa e, ao fazer isso, ter clareza de que vamos fazer tudo que estiver ao nosso alcance para a recuperação desses filhos e filhas.

Cuidado e repressão
O foco do programa será no tratamento médico aos dependentes, na prevenção do consumo do crack e na repressão ao tráfico. As ações serão coordenadas pelo Ministério da Saúde, Justiça, Desenvolvimento Social e Educação. São três eixos de atuação: cuidado (saúde), autoridade (segurança pública) e prevenção, disse Dilma.

– Os três verbos utilizados aqui: “prevenir”, “cuidar” e “repelir” refletem com precisão a conjugação correta do que pretendemos fazer com esse programa. E falar em cuidado significa que a cada pequena derrota não significa que vamos desistir nem que vamos condenar as pessoas.

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, disse que o país está "diante de uma epidemia de crack" e precisa criar uma rede preparada e consolidada para atender às regiões e grupos atingidos pela droga. Segundo ele, entre 2003 e 2011 o atendimento a pessoas usuárias de crack na rede de saúde aumento dez vezes.

- O crack se tornou grande ferida social com capacidade de desestruturar famílias, ambientes e espaços urbanos. Temos que encarar esse problema com toda responsabilidade que temos.

Padilha disse que a grande diferença do plano é que ele diferencia a política do crack para os dependentes e os traficantes. Ele reforçou que é preciso ter atendimentos diferentes para realidades diferentes.

- É muito bom ter um plano como esse, que tem o cuidado em seu conceito. No tema do crack, temos que distinguir o que precisa ser distinto. O que precisa de repressão é o traficante e o contrabando. O usuário precisa de serviços abertos para entender o problema e de profissionais acolhedores que ofereçam cuidados a ele.

Entre os projetos que serão implantados e expandidos estão os consultórios na rua, os CAPS (Centros de Atenção Psicossocial de Álcool e Drogas), as enfermarias especializadas em atendimento ao usuário de drogas e unidades específicas de atendimento a criança e ao adolescente.

Plano inclui mudança de legislação
O Ministério da Justiça ficará com as áreas de autoridade e prevenção, adotando políticas de segurança pública e educação, capacitação e mudanças da legislação.

De acordo com o ministro da Justiça, Jose Eduardo Cardozo, esse é um grande desafio.

- O crack é um grande desafio, mas vamos derrotá-los porque temos condição para isso.

As principais ações estão divididas em três eixos: o combate às cracolândias, às organizações criminosas, e a mudança na legislação.

Participaram do lançamento os ministros Alexandre Padilha (Saúde), José Eduardo Cardozo (Justiça), Gleisi Hoffmann (Casa Civil), o vice-presidente Michel Temer e os presidentes da Câmara, Marco Maia, e do Senado, José Sarney.

Pesquisa

Apesar do lançamento, o governo ainda não conseguiu concluir a pesquisa nacional inédita com os números de usuários da droga e o perfil do consumo do crack no Brasil, que contará com cerca de 25 mil entrevistas.

A expectativa inicial do governo era lançar o levantamento ainda no primeiro semestre de 2011, mas a pesquisa só deve ser apresentada em 2012, segundo o Ministério da Justiça.

Em agosto deste ano, a secretária Paulina Duarte, que coordena o Senad (Secretaria Nacional Antidrogas), admitiu que houve um atraso na coleta de dados. Segundo ela, isso aconteceu pelas chuvas que atingiram principalmente a região serrana do Rio de Janeiro, no início do ano.

O levantamento mais recente sobre o consumo da droga foi feito em 2005 pelo Cebrid (Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas) em 108 cidades brasileiras. De acordo com essa pesquisa, 0,1% da população declarou ter fumado crack nos 12 meses anteriores à coleta de dados.

Fonte R7

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