A medida correta dá eficácia e segurança à prática de atividades aeróbias
Não basta apenas um atestado onde se lê que o aluno está apto a frequentar a academia. Para que a ginástica seja realmente segura e eficaz, o documento deve conter as limitações de cada pessoa, frequência cardíaca mínima e máxima e quais os exercícios físicos mais indicados.
O novo formato do documento vai figurar entre as diretrizes brasileiras sobre cardiologia do esporte, segundo antecipou ao iG o cardiologista Nabil Ghorayeb, editor da lista, e responsável pelo Sport Check-up do Hospital do Coração (HCor), em São Paulo. As diretrizes reforçam a importância desse monitoramento durante a prática de esporte.
A frequência cardíaca nada mais é do que o número de batimentos do coração por minuto. Treinar acima da faixa ideal pode trazer prejuízos à saúde, levando o corpo à exaustão, ocasionando lesões e, em um pequeno número de casos, até desencadeando um enfarto. “O exercício tem que ser realizado na dose certa, mesmo por pessoas bem treinadas. Não adianta exagerar”, relata Isa Bragança, cardiologista especializada em medicina do exercício, da academia Cardiomex, no Rio de Janeiro. Por outro lado, exercitar-se abaixo do considerado ideal não traz benefício algum ao corpo e alcançar o tão sonhado condicionamento físico fica cada vez mais difícil.
Na faixa
Para calcular a frequência cardíaca ideal, é preciso levar em consideração a finalidade do exercício e a idade da pessoa. A fórmula não é complicada. Quem quer emagrecer, deve trabalhar entre 65% e 75% de sua freqüência. É só fazer o seguinte cálculo:
(220 – idade) x 0,65 = mínima
(220 – idade) x 0,75 = máxima
No caso de uma mulher de 30 anos que quer perder peso, por exemplo, ela deve manter a frequência entre 123,5 e 142,5.
Quem quer ganhar condicionamento físico, deve optar por uma intensidade um pouco maior e manter a frequência cardíaca entre 70% e 85%. O cálculo seria:
(220 – idade) x 0,70 = mínima
(220 – idade) x 0,85 = máxima
Exame obrigatório
A fórmula, no entanto, deve servir apenas para orientação na hora da ginástica e não deve substituir o teste ergométrico, fortemente recomendado pelos especialistas. Somente o exame pode calcular com precisão a frequência cardíaca, levando em consideração também o sexo do paciente e outros fatores como obesidade e tabagismo.
“Duas pessoas podem ter a mesma idade e o mesmo sexo, mas ainda assim ter frequências diferentes”, afirma Bragança. A avaliação deve ser feita, no máximo, a cada ano.
Bate, coração!
Na hora de contar os batimentos cardíacos, aposte na tecnologia. Os frequencímetros, aparelhos que medem a freqüência cardíaca, custam, em média, 150 reais e oferecem dados precisos. “Se ele estiver bem posicionado no meio do tórax, aderido, e com a bateria ok, esse é o melhor aliado do treino eficiente”, avalia Bragança.
Medir a pulsação com os dedos, como se vê nas academias, apesar de parecer simples, precisa de cuidados. “Não pode contar a pulsação pressionando o pescoço. A circulação passa por ali, uma compressão errada e o individuo pode até desmaiar”, alerta Ghorayeb. Segundo o cardiologista, a forma mais adequada de contá-la é colocar a mão espalmada logo abaixo da mama esquerda e contar o batimento durante 15 segundos. Multiplique o resultado por quatro e você terá a sua freqüência. Fazer essa medição no pulso não é errado, mas vai exigir um conhecimento maior do que o método indicado pelo médico. “Essa região mistura artéria com tendão, fica mais difícil.”
Resultados
Quem está começando a praticar exercícios, vai perceber uma mudança na freqüência cardíaca em três meses, desde que siga a faixa ideal e pratique pelo menos três vezes por semana. Aqueles que malham há mais tempo não apresentarão mudanças significativas, mas devem ficar atentos para renovar os cálculos a cada aniversário.
“Não podemos esquecer que a fórmula leva em consideração a idade da pessoa, então ela tem que ser refeita”, aconselha a cardiologista Isa Bragança.
Fonte IG
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