Especialistas advertiram nesta última segunda-feira, 5, que apesar da diminuição das mortes por malária na África é preciso seguir com a luta para erradicar a doença, já que a variante "Plasmodium vivax" se mantém estável em partes da Ásia e da América Latina.
Uma equipe de especialistas da Universidade de Oxford, liderada pelo professor Peter Gethington, elaborou um mapa no qual mostra o impacto desta variante, que não é considerada tão mortal como a "Plasmodium falciparum" - o parasita predominante na África -, mas é a mais comum no mundo.
O Projeto Atlas da Malária (MAP, na sigla em inglês) foi apresentado nesta segunda durante a reunião anual da Sociedade Americana de Medicina Tropical e Higiene (ASTMH), realizada nos Estados Unidos, e será publicado na edição de dezembro do "American Journal of Tropical Medicine and Hygiene".
Calcula-se que anualmente cerca de 2,85 bilhões de pessoas correm risco de serem infectadas por esta variante.
A Índia é um dos pontos de concentração da ameaça, incluindo zonas urbanas como Mumbai, o que segundo os especialistas desmitifica a tese de que a malária atinge apenas as zonas rurais.
Na América Latina, a maior preocupação é com uma área muito extensa, embora pouco povoada, da Amazônia Norte, afetando sobretudo o Brasil. No entanto, o ponto de acesso também inclui regiões de Peru, Colômbia e Venezuela.
Na América Central, quase toda a Nicarágua é um ponto de acesso à malária vivax, assim como partes de Honduras e Guatemala.
Pelo contrário, na África as taxas de infecção parecem estar "muito, muito baixas" na maior parte do continente. No entanto, o mapa indica um nível "moderado mas estável" em algumas regiões do Chifre da África e em Madagascar.
Durante a reunião foram apresentados ainda estudos apontando que os tratamentos existentes para a malária vivax são "inadequados" e "potencialmente tóxicos" para milhares de pessoas.
É hora de dar mais um passo na "luta contra a malária vivax e deixar de olhar para esta forma da doença como relativamente leve e tolerável", assinalou em comunicado o doutor Peter Hotez, especialista em doenças infecciosas e presidente da ASTMH.
Fonte Estadão
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