O governo federal quer mudar o foco das residências médicas e vai passar a priorizar a aprovação de programas de acordo com a necessidade das regiões por determinados especialistas.
Em um decreto no fim do ano passado, o governo estipulou as regras para a composição e a atuação da Comissão Nacional de Residência Médica, ligada ao Ministério da Educação.
Embora atue desde a década de 1970, é a primeira vez que essa comissão, responsável por autorizar e fiscalizar programas de residência, tem esse tipo de diretriz.
"A mudança de perfil dos problemas de saúde pública vai exigir novas habilidades. A expansão de vagas de residência deve estar guiada nisso", disse o ministro Alexandre Padilha (Saúde). Ele cita algumas das prioridades: médicos de família, geriatras, oncologistas, anestesiologistas, neurocirurgiões, pediatras e neonatologistas.
O Ministério da Educação também aponta a psiquiatria, que ganhou mais importância com o avanço do crack.
Em relação à mudança de orientação para as residências, o MEC justifica que a maior parte do investimento é público e por isso deve atender as necessidades gerais.
"A residência não pode atender a demanda do mercado", disse a coordenadora-geral de Residência Médica do MEC, Jeane Michel.
A coordenadora afirma que programas de especialidades com muita oferta não serão fechados ou impedidos de abrir. No entanto, não haverá estímulos com recursos públicos para esses casos.
O Conselho Federal de Medicina é favorável à mudança, mas refuta a tese de que o mercado regia a abertura das residências.
Segundo o conselheiro Carlos Vital, o aspecto vocacional era um dos principais fatores no processo.
Nessa linha do perfil epidemiológico, a Saúde lança novo edital com 615 novas bolsas de residências médicas na próxima semana.
Fonte Folhaonline
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