Quando uma pessoa sofre um infarto, o fluxo sanguíneo não vai para o tecido do coração e, consequentemente, não manda oxigênio para as células do local. Essa obstrução, com o passar do tempo, causa a morte celular. Para substituir as estruturas destruídas, o organismo cria uma cicatriz no local. Isso faz com que o órgão aumente de tamanho — para que continue a trabalhar corretamente mesmo com uma parte “inativa” —, o que faz com que o paciente corra o risco de sofrer arritmias e insuficiência cardíaca (quando o coração não consegue bombear o sangue adequadamente).
Médicos do Instituto do Coração Cedars-Sinai, nos Estados Unidos, encontraram uma possível solução para esse problema. No primeiro estudo que obteve resultados positivos ao usar terapia gênica no tratamento cardíaco, apresentado na edição on-line desta semana da revista científica Lancet, cientistas comprovaram que a inserção de células-tronco do próprio órgão no tecido danificado pode regenerar as unidades saudáveis, embora ainda não tenha a capacidade de fazer com que o músculo volte a funcionar como antes.
O primeiro passo da equipe de pesquisadores foi coletar tecido cardíaco do próprio paciente para multiplicar, em laboratório, células-tronco derivadas dessa estrutura saudável. Cerca de 25 milhões dessas células, então, foram reintroduzidas na área lesionada do coração da pessoa que havia sofrido o infarto (veja infografia).
O primeiro passo da equipe de pesquisadores foi coletar tecido cardíaco do próprio paciente para multiplicar, em laboratório, células-tronco derivadas dessa estrutura saudável. Cerca de 25 milhões dessas células, então, foram reintroduzidas na área lesionada do coração da pessoa que havia sofrido o infarto (veja infografia).
O autor do estudo, Eduardo Marbán, diretor do Instituto do Coração Cedars-Sinai, conta ao Correio que ele e seus colegas conseguiram mostrar que a infusão de células-tronco cardíacas pode ajudar a regenerar o músculo saudável do órgão. “Os pacientes que passaram pelo tratamento tinham cicatrizes que ocupavam cerca de 24% do coração. Em um ano, eles viram esse tecido diminuir pela metade, ocupando 12% do músculo. O grupo de controle — que foi tratado com remédios —, por sua vez, não obteve redução no tamanho da cicatriz”, detalha.
Para ele, foi surpreendente ter conseguido substituir uma cicatriz por tecido muscular vivo. “Essa regeneração terapêutica é o ‘Santo Graal’ do tratamento celular, mas nunca tinha sido feita antes”, comemora o pesquisador, que ressalta o fato de seu projeto ter sido o pioneiro em obter resultados positivos. “Até nosso estudo, havia o dogma de que a fibrose (tecido de cicatriz) no coração, uma vez formada, era permanente. Não havia modo de diminuir a área danificada e fazer com que o músculo saudável voltasse a crescer”, recorda.
Para ele, foi surpreendente ter conseguido substituir uma cicatriz por tecido muscular vivo. “Essa regeneração terapêutica é o ‘Santo Graal’ do tratamento celular, mas nunca tinha sido feita antes”, comemora o pesquisador, que ressalta o fato de seu projeto ter sido o pioneiro em obter resultados positivos. “Até nosso estudo, havia o dogma de que a fibrose (tecido de cicatriz) no coração, uma vez formada, era permanente. Não havia modo de diminuir a área danificada e fazer com que o músculo saudável voltasse a crescer”, recorda.
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