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quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Morte de idoso: maca de ambulância do SAMU estava quebrada

Uma maca quebrada pode ter custado a vida de Nelson Cinquinis, que morreu na terça-feira, aos 66 anos, ao dar entrada no Hospital Rocha Faria.

A Secretaria estadual de Defesa Civil, que responde pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), informou que a maca da ambulância enviada para socorrer o idoso em casa, em Campo Grande, estava danificada. "Com o objetivo de garantir o atendimento ao paciente com urgência, a equipe médica foi enviada mesmo assim (sem maca), já que outras viaturas estavam empenhadas em outras ocorrências quando o pedido foi feito", diz a secretaria, acrescentando que o paciente precisava ser levado semi-deitado.

Nelson esperou, segundo a família, por mais de 40 minutos a chegada de outra viatura e deu entrada com parada cardíaca no hospital, morrendo em seguida.

Para o coordenador da Comissão de Saúde Pública do Cremerj, Pablo Vazquez, transportar um paciente no chão pode ser comparado a atender uma pessoa sobre uma pia:

— Já vimos isso acontecer e, nos dois casos, é um escândalo. De preferência, o paciente deve ser transportado numa maca, com um médico acompanhando e, de preferência também, numa viatura com material de suporte à vida. Mas, na ausência de tudo isso, que seja levado no colo, mas seja salvo.

O custeio das ambulâncias do Samu é feito com verbas federais, estaduais e municipais, conforme explicou o Ministério da Saúde, responsável por 50% do valor da manutenção. Além dos repasses mensais para o funcionamento da central do Samu, o gestor recebe R$ 12.500 ao mês por ambulância padrão e R$ 20.500 por ambulância de suporte avançado.

A partir de março, segundo o ministério, entra em vigor uma portaria que ajudará o governo federal a fiscalizar melhor o serviço oferecido pelo Samu à população. Os gestores terão que incluir informações sobre os atendimentos no Sistema Nacional de Cadastro de Estabelecimentos de Saúde. Se os dados não forem atualizados, podem ocorrer sanções, como o corte dos repasses.

Sob um clima de indignação, cerca de 20 pessoas, entre familiares e amigos, acompanharam o enterro de Nelson, ontem, no Cemitério de Santa Cruz.

— Estão embelezando a cidade para os turistas. Mas não cuidam do cidadão, que tem o direito de ser bem atendido — disse Gisele Lourenço, sobrinha de Nelson.

Fonte G1

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