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terça-feira, 15 de maio de 2012

Economia do comportamento reduz gastos com doenças crônicas

Pesquisa da Ernst & Young mostra que as empresas que focarem sua atenção em adquirir conhecimento sobre o que motiva o comportamento dos indivíduos poderão obter melhor posicionamento no mercado

Mais do que pensar em como alavancar as receitas, as empresas e instituições de saúde vão precisar focar sua atuação nos pacientes. É o que informa um estudo realizado pela Ernst & Young. Com o nome de Progressions – The third place: healthcare everywhere, o estudo mostra que para manter a sustentabilidade do sistema será necessário gerar mudanças de comportamento nos consumidores.

De acordo com o CEO global da área de Life Sciences da Ernest & Young, Glen Giovannetti, com as doenças crônicas representando 75% de todos os gastos de saúde em países desenvolvidos, pensar em maneiras de reduzir os custos vem se tornando cada vez mais necessário.

“Não há mais como financiar gastos excessivos com saúde. As empresas e os governos não possuem capital para custear estes serviços”.

O executivo conta que as instituições e empresas de saúde devem incentivar essa realidade, porque a adoção de um estilo de vida cada vez mais saudável pode reduzir significativamente os gastos das seguradoras, especialmente no tratamento de doenças crônicas.

Entendendo o paciente
Para Giovanetti, as empresas que focarem sua atenção em adquirir conhecimento sobre o que motiva o comportamento dos indivíduos e aplicar essa informação na produção de modelos de negócios direcionados aos pacientes poderão obter melhor posicionamento no mercado.

A pesquisa mostra que para que seja possível entender e modificar o comportamento do paciente, as companhias terão que focar em obter mais conhecimento no campo da economia comportamental. “O desenvolvimento de produtos e serviços com as características que sejam mais relevantes à vida dos indivíduos, focando na experiência do consumidor. Como a criação de informações, ao invés de apenas vender remédios e produtos”.

Em consonância com o direcionamento dos negócios também nos pacientes, a pesquisa mostra que as novas tecnologias, como aplicativos, smartphones, mídias sociais, sensores e monitores vão permitir que os indivíduos tenham mais controle sobre as informações de sua saúde.

O presidente da Ernest Young no Brasil, Frank De Meijer, explica que essas inovações no campo da tecnologia estão gerando o que o relatório descreve como o “terceiro local” em healthcare. “Isso representa uma mudança do epicentro dos sistemas hospitalares, que sempre estiveram localizados nos hospitais e consultórios para qualquer localidade”.

De Meijer acredita que essas mudanças podem trazer mais sustentabilidade ao setor. Mas ressalta que também podem diminuir o potencial competitivo das empresas que não se adaptarem a essa realidade.

Ferramentas
Giovanetti conta que, nos Estados Unidos, 50% dos pacientes não seguem as recomendações dos médicos. “Isso é um dos principais motivos que faz com que as pessoas tenham que retornar aos hospitais e consultórios para reiniciarem os tratamentos”.

De acordo com ele, se os pacientes entenderem mais sobre sua saúde, bem como o preço desse investimento para o setor e tiverem um relacionamento mais próximo com médicos poderão obter mais eficiência nos tratamentos.

As mídias sociais também possuem alta representatividade neste processo. De Meijer conta que se baseando nos aumentos de mídias sociais especializadas em saúde é possível identificar os padrões de doenças existentes entre as populações, criando assim iniciativas de promoção e prevenção de saúde, juntamente com tópicos de discussão.

Para De Meijer uma forte tendência para o futuro é a consolidação da “gamification”, a utilização de jogos eletrônicos utilizados para a promoção de bons hábitos, como dieta, controle de peso e adesão à medicação.

“Empresas têm desenvolvido programas combinando o uso de jogos, mídias sociais, e tecnologias para atender, por exemplo, as empresas que buscam motivas seus funcionários a adotarem hábitos saudáveis”.
Resultados

Os executivos afirmam que as companhias podem aumentar a aderência, fidelizar os clientes as suas marcas e fazer uso da economia do comportamento para entender o que motiva os pacientes.

Eles citam um estudo realizado pela Universidade da Pensilvânia, que usou mecanismos baseados em loterias e economia do comportamento para diminuir a adesão dos pacientes ao medicamento Warfina, (utilizado na prevenção de trombose). E conseguiram diminuir o índice de 36% para 4%.

“Entender as motivações dos pacientes pode permitir que as companhias criem ofertas personalizadas”, afirma Giovanetti

Ele finaliza ao dizer que esse caminho ainda está no começo, seja no Brasil ou em qualquer outra parte do mundo. “Até agora poucas entidades têm conseguido colocar isso em prática”.

Fonte SaudeWeb

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