Síncroton é um aparelho usado para analisar as características microscópicas dos materiais. Essas características têm o objetivo de ajudar em pesquisas por novos remédios contra o câncer
Contemporâneo ao Laboratório Nacional de Luz Síncroton (LNLS), fundado em 1987, o Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (Cnpem) está criando um projeto de modernização de laboratório. Batizada como “Sirius”, a construção ainda não começou, mas a previsão é de que seja erguido até 2018, no mesmo campus em que fica o LNLS, em Campinas (SP), com um custo aproximado de R$ 400 milhões. As informações são do Portal G1.
Síncroton é um aparelho usado para analisar as características microscópicas dos materiais. O equipamento emite luz visível, em infravermelho, em ultravioleta e raios X. Essas características têm o objetivo de ajudar em pesquisas que vão desde a busca por novos remédios contra o câncer até o desenvolvimento de materiais usados para extrair o petróleo do pré-sal
Entre 1997 e 2011, o uso da estrutura do LNLS mais que dobrou. No último ano, o local foi usado por 1.335 cientistas envolvidos em 443 propostas de pesquisas, que levaram à publicação de 337 artigos.
De acordo com o diretor científico do LNLS, Harry Westfahl Jr, a lâmpada utilizada para a produção do infravermelho no controle remoto não é a mesma lâmpada que o médico usa para produzir o raio X. Ele conta que o síncroton produz toda essa radiação em um único acelerador, é uma única fonte que produz todas essas faixas de energia.
A tecnologia usada em um síncroton é a mesma que é usada no LHC, acelerador de partículas construído pelo Centro Europeu de Pesquisas Nucleares (Cern, na sigla em francês) entre a Suíça e a França, que é considerado a maior máquina do mundo.
Nos dois equipamentos, os pesquisadores aceleram partículas de átomos dentro de um tubo. O processo de aceleração de partículas libera radiação naturalmente.
O projeto inicial dos aceleradores era estudar apenas as partículas. É o trabalho que o LHC desempenha, com a radiação gerada é vista como um efeito colateral. O síncroton, no entanto, faz o contrário. Ele descarta as partículas e utiliza a radiação para criar uma poderosa ferramenta para a visualização de materiais — que Westfahl define como “olhos microscópicos”.
No síncroton, os elétrons são acelerados em um anel interior por meio de micro-ondas. Quando são liberadas para o anel externo, essas partículas estão com altíssima quantidade de energia – no LNLS, esse número chega a 1,7 gigaeletronvolts (GeV), mais de seis vezes mais que a energia de uma partícula liberada em uma bomba atômica.
O LNLS tem 16 “estações experimentais” (como são chamadas essas linhas) que servem a diversos estudos de instituições científicas e também de indústrias – Petrobras e Natura são algumas das empresas que utilizam o espaço em suas pesquisas.
De acordo com o gerente regional de vendas da National Instruments, Leandro Fonseca, a máquina pode ter um papel importante no desenvolvimento tecnológico do Brasil. E acredita que o síncroton é uma máquina extremamente concorrida. E conseguir prioridade para os experimentos do Brasil rodarem no exterior é difícil. Então a vantagem de ter essa máquina aqui é isso: as empresas nacionais podem patrocinar o síncroton e, em contrapartida, ter direito a horas de uso
Sirius
Harry Westfahl, do LNLS, acredita que a construção do Sirius vá acelerar ainda mais esse processo. O novo laboratório terá mais de 40 linhas de luz, praticamente o triplo da capacidade do atual síncroton brasileiro. Além disso, será também mais eficaz na execução dos experimentos.
O LNLS é considerado um síncroton de segunda geração – uma evolução das primeiras máquinas do tipo, elaboradas a partir da década de 1950. Já o Sirius faz parte da terceira geração, já disponível em laboratórios do exterior, bem mais moderna e eficiente.
Fonte SaudeWeb
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