Polícia de SP desmantela esquema de comércio de medicamentos de uso controlado pela internet
A Polícia Civil de São Paulo prendeu ontem três acusados de fazer parte de um esquema de venda ilegal de medicamentos de uso controlado e proibido. Outros quatro suspeitos foram detidos e liberados após prestarem depoimento. Os policiais apreenderam cerca de 4 mil caixas de emagrecedores e ansiolíticos, em valor estimado de cerca de R$ 600 mil, segundo os policiais.
Os acusados vendiam os produtos pela internet, driblando a exigência de receita médica. Pelo menos cem pessoas foram flagradas em grampos comprando os remédios de modo ilegal. Todos serão intimados, segundo a polícia. Os produtos eram entregues pelo correio ou motoboys.
A maior parte do material apreendido é de remédios com os princípios ativos sibutramina, desobesi - ambos usados para emagrecimento - e diazepan, fluoxetina e ritalina, que são ansiolíticos. Eles só podem ser comprados com receita médica.
Havia ainda dezenas de caixas de anfepramona, emagrecedor de venda e fabricação proibidas no Brasil. Uma farmácia de manipulação de Diadema, na Grande São Paulo, é suspeita de produzi-lo clandestinamente.
Em relação aos outros produtos, a polícia não tem indícios de que tenham sido roubados ou desviados da rede pública. A principal linha da investigação é de que o esquema era costurado com drogarias - entre os quatro suspeitos ouvidos e depois liberados, três eram proprietários.
Nas farmácias, a polícia apreendeu cytotec, medicamento abortivo de circulação controlada, além de pílulas usadas para problemas de ereção supostamente falsas. Todo o material apreendido será periciado para analisar se é verdadeiro.
Interceptações
As investigações foram iniciadas há quatro meses pela Divisão de Saúde Pública do Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania. A partir do monitoramento de ofertas na internet - encontradas mesmo após as prisões -, a polícia grampeou, com autorização judicial, telefones de suspeitos.
Os presos, que praticavam os crimes em casa, são uma mulher de 39 anos, do Butantã, zona oeste da capital, e dois homens: um de 28, de Jundiaí, interior do Estado, e o terceiro, de 36 anos, de Osasco, região metropolitana. Na residência deste último foi encontrada quase metade da carga. Eles podem pegar até 15 anos de prisão por tráfico de entorpecentes e ser indiciados por formação de quadrilha. "As escutas mostram que eles tinham relação, se comunicavam", diz o delegado Paulo Alberto Mendes Pereira. "A investigação continua, esses foram só os primeiros presos."
Os suspeitos também tinham blocos de receituários em branco, mas com carimbos de médicos com números de registro ativos. O delegado acredita que tudo seja uma fraude dos golpistas. Os papéis seriam usados para que eles pudessem atender pedidos em caso de falta de produto. Os dois médicos declararam que haviam registrado boletim de ocorrência por uso indevido de seus nomes em receituários.
Fonte Estadão
Nenhum comentário:
Postar um comentário