Estudo dos EUA avalia eficácia do dispositivo para medir sinais vitais de bebês e fornecer diagnóstico precoce de doenças
Pesquisadores da Universidade da Califórnia (UC), nos Estado Unidos, estão avaliando o uso da "tatuagem" eletrônica para monitorar os sinais vitais de recém-nascidos internados em unidades de terapia intensiva neonatais (UTIN).
A abordagem pode fornecer diagnóstico mais precoce de doenças e monitorar convulsões em tempo real, melhorando o desenvolvimento dos bebês e eliminando a necessidade de fios e eletrodos ligados às crianças.
A tatuagem eletrônica é formada por sensores minúsculos sem fio que aderem à pele temporariamente, alongando e flexionando para medir em tempo real sinais vitais múltiplos, estes eletrônicos vestíveis prometem abrir uma nova fronteira na compreensão do desenvolvimento do cérebro dos recém-nascidos.
O dispositivo foi desenvolvido por Todd Coleman, da UC, em colaboração com John Rogers, da Universidade de Illinois.
"Provar a eficácia deste trabalho com os bebês que são muito frágeis também irá demonstrar que o dispositivo é robusto, mas mantém o conforto do paciente. Além disso, estamos visando reduzir as barreiras físicas entre os pais e seus bebês recém-nascidos em terapia intensiva, o que só pode ser benéfico", afirma Coleman.
A terapia intensiva neonatal trouxe avanços incríveis para a sobrevivência dos recém-nascidos criticamente doentes. O maior avanço foi a estabilização de bebês com problemas cardíacos e pulmonares.
Agora, especialistas estão concentrados em reduzir os problemas de desenvolvimento cognitivo e motor, que resultam de convulsões, reduções no fluxo sanguíneo para o cérebro e hemorragia cerebral.
Ao contrário de crises em adolescentes e adultos, onde a agitação de todo o corpo é visível, metade de todas as crises de recém-nascidos não apresenta sintomas claros e só pode ser detectada pelo monitoramento das ondas cerebrais.
Segundo os pesquisadores, a detecção precoce e mais confiável de crises epilépticas em recém-nascidos pode permitir aos médicos tratá-los de forma mais eficaz com medicação anticonvulsivante. "Quanto mais as crises de recém-nascidos permanecem sem tratamento, mais problemas elas podem causar a longo prazo no desenvolvimento cognitivo e motor. A tecnologia da "tatuagem" eletrônica se enquadra bem no dia a dia da UTIN. A questão toda é fornecer um diagnóstico mais precoce e a gestão em tempo real de convulsões para melhorar os resultados destas crianças", afirma a pesquisadora Mary J. Harbert.
Atualmente, os médicos de cuidados intensivos neonatais usam uma variedade de tecnologias para o monitoramento de recém-nascidos criticamente doentes, incluindo eletroencefalograma, ou EEG, o que requer o uso de gel condutor; ultrassom, que pode detectar mudanças na estrutura do cérebro devido à hemorragia e requer um técnico com habilidades especializadas; oxímetro, que mede a quantidade de oxigênio no sangue; e espectroscopia, que monitora o fluxo de sangue através de diferentes partes do cérebro.
O desafio é que estas medições não podem ser feitas simultaneamente e continuamente.
Segundo os pesquisadores, essas tecnologias reunidas em uma única "tatuagem" eletrônica podem fornecer dados contínuos e em tempo real sobre o que está acontecendo no cérebro do recém-nascido, além de fornecer uma visão sobre a forma como estas medições se relacionam entre si.
A equipe acredita que a abordagem pode permitir o aprendizado sobre o desenvolvimento do cérebro dos recém-nascidos através da sobreposição dessas tecnologias, melhorando os resultados globais de saúde para mães e bebês antes e depois do parto.
Para a primeira fase do projeto, a equipe está monitorando as ondas cerebrais de recém-nascidos prematuros para ver como os sensores do dispositivo detectam as crises convulsivas em relação às abordagens padrão. Eles pretendem, a longo prazo, examinar também as funções das mulheres durante o período de gestação.
Fonte isaude.net
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