Nascem mais homens do que mulheres no mundo, mas eles morrem antes. Uma afirmação fácil de ser confirmada – basta olhar as taxas de natalidade e de expectativa de vida de países mundo afora. Para cada 105 homens, nascem 100 mulheres.
No Brasil, dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2010 revelaram que a expectativa de vida do brasileiro está em 73,4 anos, sendo que para os homens ela é de 69,7 e para as mulheres chega a 77,3. Sim, são quase oito anos a mais. E não para por aí: mesmo com os riscos impostos pela gravidez e pelo parto, as mulheres vêm vivendo mais que os homens pelo menos desde o século 16.
O geriatra Ângelo José Gonçalves Bós, do Instituto de Geriatria e Gerontologia da PUCRS, afirma que assim que começa a puberdade os homens se colocam mais em risco do que as mulheres, o que contribui para essa diferença na longevidade.
“Eles brigam mais na rua, envolvem-se em acidentes de carro e moto. As mortes por lesões, por exemplo, são mais comuns em homens até os 50 anos”, diz o médico.
Mas a partir dessa idade a situação não melhora para os homens. Enquanto eles morrem de doenças como infarto, AVC e câncer, elas convivem mais com enfermidades não-fatais como artrite, osteoporose e diabetes.
“O fato é que as doenças que atingem mais os homens causam maior mortalidade.”
Envelhecimentos distintos
Homens e mulheres envelhecem de forma diferente. Enquanto nos homens o envelhecimento dá ao longo da vida, nas mulheres ele ocorre de forma mais acelerada após a menopausa, segundo explica o geriatra Ângelo Bós.
A menopausa, aliás, seria outro fator determinante na expectativa de vida das mulheres. Pelo menos é no que acredita o geriatra Thomas Perls, da Escola de Medicina da Universidade de Harvard (Estados Unidos).
De acordo com Perls, a longevidade feminina dependeria, em muito, do equilíbrio entre duas forças: o impulso evolutivo para passar adiante seus genes e a necessidade de se manter saudável o suficiente para criar tantos filhos quanto possível. E a menopausa, acredita ele, traça uma linha divisória entre elas, protegendo as mulheres mais velhas do risco de terem filhos em idades muito avançadas e ao mesmo tempo permitindo que elas vivam o suficiente para cuidar de seus filhos e netos.
Mas como uma vida longa não significa necessariamente uma existência mais saudável, o principal fator que contribui para que as mulheres vivam mais é mesmo o cuidado que elas têm com a própria saúde. Elas costumam procurar ajuda médica com mais frequência do que os homens, e tratam suas doenças mais precocemente.
Apesar dos costumes femininos cada vez mais se aproximarem dos masculinos – o estresse no trabalho e a preocupação em manter financeiramente uma família não são mais exclusividade masculina –, nota-se ainda uma maior preocupação da mulher com a estética e com a própria saúde, ressalta Marcos Höher, ginecologista e especialista em reprodução humana do Centro de Pesquisa e Reprodução Humana Nilo Frantz.
“A mulher é mais dedicada aos cuidados alimentares, frequenta com maior assiduidade os consultórios médicos, principalmente para fazer revisões periódicas de saúde”.
Fonte iG
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