Omento secreta substância capaz de suprimir sistema imune com menos efeitos colaterais do que imuno-supressores usados atualmente
Uma membrana de gordura encontrada na barriga chamada omento - que até então se pensava ser como o apêndice, e não ter um propósito no organismo - parece desempenhar um papel importante na regulação do sistema imune. A descoberta feita por pesquisadores da Loyola University Chicago Stritch School of Medicine, nos Estados Unidos, tem potencial para levar a novas drogas para pacientes que receberam transplantes de órgãos e pacientes com doenças auto-imunes tais como lúpus e doença de Crohn.
"Nós agora temos evidências de que o omento não é apenas uma gordura alojada na barriga", disse Makio Iwashima, PhD, autor do estudo publicado na edição de junho da revista PLoS ONE.
O omento é uma membrana que reveste a cavidade abdominal e cobre a maioria dos órgãos abdominais. É um repositório de tecido adiposo.
Uma equipe de pesquisa liderada por Iwashima e pelo cirurgião Robert Love examinou o efeito de células da membrana omento de ratos sobre células T. As células T são a primeira linha de defesa do sistema imune. Elas identificam, atacam e destroem bactérias, vírus e outros agentes infecciosos.
Normalmente, as células T se multiplicam em resposta a um agente infeccioso, tal como um anticorpo. Mas, quando pesquisadores colocaram células de omento com células T ativadas - que haviam sido expostas a anticorpos -, as células T não se multiplicaram normalmente, mas morreram. As células de omento apresentaram este efeito apenas em células T que tinham sido ativados. Células de omento não têm qualquer efeito sobre as células T inativas.
Parece que as células de omento secretam uma substância que "desarma" o sistema imune. Segundo os autores do projeto, a descoberta tem potencial para levar a novas drogas capazes de suprimir o sistema imunológico com menos efeitos colaterais do que imuno-supressores utilizados atualmente. Tais drogas poderiam ser usados, por exemplo, para suprimir o sistema imune num paciente que recebeu um transplante de pulmão.
"Além modular o sistema imunológico, o omento também parece desempenhar um papel crítico na regeneração de tecidos danificados", diz Iwashima. "O omento contém células-tronco mesenquimais que migram para o local da lesão e ajudam o tecido regenerado. As células estaminais mesenquimais são células que têm a capacidade de se desenvolver em vários tipos de células especializadas.
No presente estudo, os pesquisadores demonstraram que, em frascos de cultura de tecidos, células de omento podem se diferenciar em tipos de células de pulmão, bem como em cálulas ósseas. Iwashima defende a hipótese de que o omento possa ser o órgão específico para a cicatrização e regeneração de tecidos.
Fonte isaude.net
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