Em parceria com uma universidade japonesa, a Unifesp se prepara para estudar o perfil genético de pessoas que tiveram a síndrome de Stevens Johnson e, assim, mapear gatilhos para o desenvolvimento da doença.
A síndrome é uma reação imunológica aguda, em grande parte desencadeada por medicamentos (mais de cem já foram relacionados) ou infecções. Provoca graves bolhas e queimaduras na pele e em mucosas, principalmente na boca, olhos e genitais.
Matéria da Folha da semana passada mostrou que o Tribunal de Justiça do Distrito Federal determinou que o fabricante da Novalgina pagasse R$ 1 milhão em indenização à paciente Magnólia Almeida, por entender que ela teve essa síndrome a partir do remédio. O laboratório vai recorrer.
Segundo José Álvaro Pereira Gomes, professor do departamento de oftalmologia da Unifesp e um dos médicos de Magnólia, ainda não se sabe o que leva uma pessoa a desencadear a síndrome --às vezes, a partir de um remédio usado com frequência. Estudos internacionais, diz, indicam que a predisposição pode estar no DNA da pessoa.
"Algumas pessoas podem ser mais predispostas a desenvolver essa reação, mas a gente não consegue saber ainda. Se soubermos o perfil imunológico antes, a gente vai conseguir dizer: esse tipo de paciente não deve tomar esse tipo de medicação."
No ambulatório de oftalmologia da Unifesp, são acompanhados cerca de 50 pacientes que tiveram a síndrome no passado e, hoje, têm complicações nos olhos decorrentes da doença, como falta de lubrificação, cílios virados para dentro e lesões no globo ocular.
Questionário aplicado no ambulatório sobre a qualidade de vida de quem teve a síndrome mostrou que ela é parecida com a dos pacientes com HIV, afirmou Gomes. "Eles sentem dor, não enxergam, a maior parte é de jovens --há pacientes que são crianças. E ficam totalmente debilitados."
Editoria de arte/folhapress | ||
Fonte Folhaonline
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