Entidades como o Conselho Federal de Medicina e a Federação Nacional dos Médicos vão pedir intervenção do Ministério da Saúde na rede pública do Rio Grande do Norte, que enfrenta desde o início do ano problemas como falta de leitos e remédios.
Segundo o presidente do Cremern (conselho regional), Jeancarlo Cavalcante, o pedido será protocolado na próxima semana. A expectativa é que o governo federal assuma a gestão da Secretaria Estadual da Saúde até que os problemas sejam sanados.
Em 2005, hospitais do Rio de Janeiro já passaram por intervenção federal.
Os problemas que motivaram a decisão são os mesmos que levaram o governo do RN a decretar calamidade pública nos hospitais, há dois meses. O decreto pretendia apressar ações como compra de remédios, mas, segundo o Cremern, não adiantou.
"A situação, na verdade, piorou, particularmente no Monsenhor Walfredo Gurgel, o maior pronto socorro do Estado", diz Cavalcante.
Segundo o Cremern, metade do material necessário para atender os pacientes, incluindo luvas e antibióticos, está em falta no Walfredo.
Cavalcante afirma que, anteontem, contou 121 pacientes em macas nos corredores do hospital. Muitos aguardavam havia mais de 30 dias por cirurgias ortopédicas, diz.
O índice de mortes na unidade também aumentou, segundo o conselho. "Antes de ser decretada calamidade, a média era de 4,6 mortes por dia. Atualmente, são oito, boa parte por falta de assistência adequada, de material e UTIs", afirma Cavalcante.
Outros hospitais do RN estão com problemas. "Mas no Walfredo a situação é mais gritante porque ele recebe a maior parte da demanda do Estado", diz Cavalcante.
Em nota, o governo do Estado informou que foram investidos nos últimos dois meses ao menos R$ 30 milhões na rede. Outras ações serão tomadas até janeiro.
Estão previstas reforma e equipagem das principais unidades hospitalares, ampliação do Samu e implantação de 125 leitos de enfermaria e 63 de UTI, além de um aporte de R$ 5 milhões para provimento imediato das necessidades básicas.
A governadora Rosalba Ciarlini (DEM) afirma ser contra uma eventual intervenção federal, por entender que está adotando as medidas necessárias.
Fonte Folhaonline
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