Entrou em operação nesta quinta-feira o primeiro bloco da Empresa Brasileira
de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás), destinado à produção de albumina,
imunoglobulina, fatores de coagulação VIII e IX, complexo protrombínico e fator
de von Willebrand — medicamentos derivados do sangue, atualmente 100% importados
pelo governo federal. Esses hemoderivados custam, anualmente, cerca de R$ 800
milhões para o Brasil em importações.
A partir de agora, a Hemobrás, estatal vinculada ao Ministério da Saúde,
situada no município pernambucano de Goiana, começa a receber plasma sanguíneo,
matéria-prima para a produção dos hemoderivados, transportado em caminhões
refrigerados que percorrem 115 serviços de hemoterapia de todo o país.
Atualmente, apenas 15 países no mundo possuem fábricas de alta complexidade
para produção de hemoderivados. Os medicamentos que a Hemobrás passará a
produzir são essenciais à vida de milhares de usuários do Sistema Único de Saúde
(SUS) portadores de hemofilia, cirrose, câncer, aids, imunodeficiência primária,
vítimas de queimaduras ou enfermos em tratamento de terapia intensiva.
— Com a operação da fábrica da Hemobrás, o governo federal economizará
recursos e, ao mesmo tempo, aumentará a qualidade e ampliará o acesso à saúde
dos brasileiros, gerando, ainda, emprego e renda para a Região Nordeste — afirma
o presidente da Hemobrás, Romulo Maciel Filho.
Atualmente, cerca de 500 trabalhadores da construção civil atuam no canteiro
de obras da Hemobrás, em Pernambuco. Quando entrar em operação, a fábrica vai
gerar 360 empregos diretos e 2.720 postos indiretos.
Entenda o processo
O primeiro caminhão com 10 mil bolsas de plasma descarregado na câmara
fria do Bloco 01 da Hemobrás veio de Natal, Rio Grande do Norte; João Pessoa e
Campina Grande, Paraíba.
- Ao entrarem na unidade fabril, as caixas com as bolsas de plasma foram etiquetadas, registradas e dispostas em pallets.
- A partir daí, foram colocadas em esteiras, seguindo para os transelevadores (veículos controlados por computador que circulam sobre trilhos), que levaram automaticamente as bolsas de plasma para o local exato de estocagem na câmara fria. Esse processo garante total segurança no armazenamento e rastreamento de cada bolsa. Assim como este primeiro carregamento de plasma, os próximos, que chegarão mensalmente, também serão estocados na câmara fria, a 35°C negativos para conservação.
- Até o fim deste ano, a fábrica deverá receber 150 mil bolsas de plasma. Em 2013, serão 900 mil bolsas. Até então, a estocagem do plasma destinado à produção estatal de hemoderivados era feita em uma câmara fria alugada da iniciativa privada, em São Paulo.
- Até 2014, quando todos os blocos da Hemobrás devem estar em operação, o plasma estocado em Pernambuco será transformado em hemoderivados na França, onde estão as plantas industriais do seu parceiro de transferência de tecnologia, o grupo biofarmacêutico francês LFB. Nas fábricas situadas nas cidades de Les Ulis e Lille, o plasma advindo da doação de sangue dos brasileiros está sendo processado para a produção de quatro tipos de medicamentos: albumina, imunoglobulina, fatores de coagulação VIII e IX.
- Os hemoderivados serão enviados ao Brasil para assistência aos usuários do SUS.
Fonte Zero Hora
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