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terça-feira, 30 de outubro de 2012

Estudo mostra associação entre automutilação e morte pré-matura

Pessoas com histórico de automutilação tem três vezes mais chances de morrer prematuramente, aponta estudo publicado no periódico The Lancet.
 
O estudo liderado por Keith Hawton, da Universidade de Oxford, se baseou na análise de informações de mais de 30 mil pessoas que procuraram serviços de emergência depois de se automutilarem ou tentarem se envenenar em Manchester, Derby e Oxford, no Reino Unido, entre 2000 e 2007. Eles avaliaram as causas de morte e anos potenciais de vida perdidos (APVP) e compararam com dados da população geral. Aspectos socioeconômicos também foram levados em consideração.
 
Durante o período de estudo, cerca de 6% (1,8 mil) de pessoas da amostra descrita faleceu de causas naturais e externas (intoxicações não-intencionais e outros acidentes envolvendo envenenamento). A análise mostrou que essas mortes, devido tanto a causas naturais como externas, foram significativamente maiores para ambos os sexos masculino e feminino, tendo uma média de 30 APVP por cada pessoa.
 
A causa mais comum de morte prematura foi envenenamento acidental seguido de suicídio. Curiosamente, as mortes por causas naturais eram 2 a 7,5 vezes maiores do que o previsto, sendo as principais causas responsáveis as doenças do aparelho digestivo (principalmente causadas pelo consumo excessivo de bebidas alcoólicas) e sistemas circulatórios, e transtornos mentais e comportamentais (87% resultou do abuso de substâncias psicoativas).
 
O risco de morte prematura devido a causas naturais (mas não as causas externas) estava intimamente ligado com o status socioeconômico, que foi maior conforme mais desfavorecida economicamente a pessoa era.
 
“Nosso estudo confirma que o risco elevado de morte prematura entre pessoas que se automutilam não se limita ao suicídio ou outras causas externas, mas a uma grande variedade de causas naturais, como doenças do aparelho circulatório e digestivo, que representaram um terço das mortes em nosso estudo”, diz Hawton. “Na gestão de automutilação, além de avaliarem aspectos psicossociais dos pacientes, os médicos deveriam considerar também suas necessidades físicas”, finaliza.
 
Fonte O que eu tenho

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