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terça-feira, 30 de outubro de 2012

Empresas do ramo de diagnósticos criticam demora de importações

 
O país pode enfrentar um "apagão tecnológico" no setor de diagnósticos caso o governo federal não reveja suas regras para a importação de produtos novos de saúde, afirma uma pesquisa da CBDL (Câmara Brasileira de Diagnóstico Laboratorial).
 
O alerta é direcionado à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e à longa espera para começar um processo de registro de reagentes ou outros produtos para exames laboratoriais.
 
Em 2009, a agência instituiu a necessidade de vistoriar fábricas situadas em outros países das quais importadoras brasileiras quisessem comprar produtos novos.
 
Atualmente, 319 fábricas estrangeiras aguardam essa liberação da Anvisa para que 520 produtos ligados ao setor diagnóstico, alguns de áreas mais sensíveis, como Aids e oncologia, possam iniciar o processo de registro no país --isso entre as 19 empresas que responderam à pesquisa.
 
No total, segundo a Anvisa, cerca de mil processos aguardam a avaliação. Em 2011, a agência conseguiu realizar 213 inspeções.
 
"Há um potencial de espera de sete anos. E isso em uma área na qual o ciclo de vida dos produtos é curto", afirma Carlos Eduardo Gouvêa, secretário-executivo da CBDL.
 
O deficit pode significar deixar de oferecer exames mais rápidos e mais precisos para identificação de substâncias presentes, por exemplo, no sangue, segundo empresas ouvidas pela reportagem.
 
"Daqui a pouco, não vou poder fazer um diagnóstico porque não tenho a tecnologia", diz Walter Baxter, de uma empresa que trabalha com bancos de sangue.
 
Os atrasos já levaram a Abimed (Associação Brasileira da Indústria de Alta Tecnologia de Equipamentos, Produtos e Suprimentos Médico-Hospitalares) a anunciar um processo contra a agência.
 
A Anvisa reconhece o acúmulo de processos, mas diz que é exagerado falar em "apagão". A agência defende a importância das inspeções para a segurança sanitária e afirma que está trabalhando num novo modelo de liberações com outros países.

Fonte Folhaonline

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