Segundo estudo, checklists eletrônicos ajudam a reduzir erros, mas a garantia da conformidade de medição está no compartilhamento de informação de saúde
Quando funcionários de hospitais usam um checklist eletrônico para registrar as medicações dos pacientes, há menos probabilidade de erros medicamentosos do que quando escrevem históricos de medicações à mão, segundo a descoberta de um novo estudo.
Apesar do estudo não incluir um grande número de pacientes, contribui para a evolução e entendimento da conformidade de medicação – uma exigência do Estágio 2 do Uso Significativo (Meaningful Use Stage 2), do programa de incentivo EHR do governo americano.
A conformidade de medicação é o processo de comparar novos pedidos com as medicações que o paciente já está tomando. Discrepâncias entre os dois podem resultar em interações medicamentosas adversas. O estudo de checklist, publicado na Perspectives in Population Health Management, aponta que por conta dos históricos médicos serem difíceis de reunir, 25% das prescrições em uso não são registradas nos registros hospitalares e 61% dos pacientes tomam um ou mais remédio que não estão registrados.
Segundo a Agency for Healthcare Research & Quality (Ahrq – Agência de Pesquisa de Saúde e Qualidade), estudos mostraram que a discrepância de medicações ocorre com cerca de um terço de pacientes no momento da admissão, proporção semelhante na transferência de uma área de cuidado para outra; e 14% acontecem na hora da alta do paciente do hospital. Muitas dessas discrepâncias ocorrem porque os médicos não têm ciência das atuais medicações do paciente e têm que confiar no paciente para saber os nomes dos remédios no momento da admissão.
Apesar de inúmeros estudos apontarem melhorias na conformidade medicamentosas por meio do uso de ferramentas de TI, a Ahrq aponta que seus efeitos em resultados clínicos continuam obscuros. O estudo de checklist é um esforço para cobrir essa abordagem.
Resultado do Estudo
O estudo focou em pacientes idosos, admitidos em um grande hospital no Texas (EUA). Os 64 pacientes selecionados para o estudo tinham 65 anos ou mais, tomavam cinco ou mais remédios e passaram pelo menos uma semana nos hospital. As medicações tomadas previamente pelos pacientes foram todas registradas no EHR do hospital como base. Os enfermeiros questionaram os pacientes sobre seus remédios e documentaram suas respostas, algumas vezes à mão e outras em um checklist eletrônico no EHR.
O estudo mostrou que a documentação eletrônica reduziu os erros medicamentosos, principalmente por causa dos alertas que ajudaram os enfermeiros a corrigir seus registros. “As descobertas do estudo sugerem que a implementação de sistemas de registro eletrônico para aumentar a precisão dos históricos de medicações do pacientes, identificando, assim, as doses incorretas e a frequência de medicações prescritas”, concluiu o autor do estudo.
Jordan Battani, da empresa de consultoria CSC, disse à InformationWeek HealthCare, que o estudo de checklist destaca a fraqueza na conformidade em medicação, mostrando a dependência dos hospitais em relação à memória dos pacientes. “Na maioria dos cenários durante a internação em um hospital, é provável que esses sejam as principais fonte de dados”.
Checklists eletrônicos podem ser úteis para assegurar o que o paciente disse, corrigir seus erros e eliminar erros relacionados à escrita à mão ilegível. Mas a melhor forma de melhorar a conformidade de medicações é aumentar o uso de compartilhamento de informações de saúde. “Sozinho, o EHR ajuda alguns, mas o que realmente virará o jogo é o compartilhamento efetivo de informações”.
Enquanto os hospitais esperam que o compartilhamento efetivo de informação de saúde surja em suas comunidades, Battani adicionou, devem considerar tirar vantagem do histórico de medicação do cuidado ambulatorial – baseados em prescrições registradas em farmácias ou de pedidos por correio que estão disponíveis por meio do Surescripts. “As farmácias têm ótimas informações sobre quando as prescrições foram realizadas e preenchidas”.
Entretanto, “hoje, não temos um mecanismo efetivo para juntar essa (preenchimento farmacêutico) informação e colacá-la dentro do EHR em hospitais”. Os dados não incluem prescrições preenchidas em farmácias de hospitais.
Ken Kleinberg, um consultor da The Advisory Board Co., sugeriu outro método para melhorar a precisão dos históricos de medicamentos em hospitais. Cerca de metade dos hospitais dos Estados Unidos já realizam administração de medicação por meio de código de barras no leito. Poderiam usar essa mesma tecnologia para escanear os códigos de barra em frascos de comprimidos que os pacientes trazem de casa. Isso identificaria quais medicações os pacientes estão tomando e também poderia mostrar uma potencial interação medicamentosa.
Fonte: Ken Terry InformationWeek; replicada pela InformationWeek Brasil
Por SaudeWeb
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