Atividade reflete tanto no bem-estar fisiológico quanto no psicológico do
paciente, diz médico
E se o médico lhe desse uma receita indicando a ingestão diária de caminhada
em doses de 30 minutos? Pois um projeto criado em 2007 pelo Colégio Americano de
Medicina Esportiva pretende capacitar profissionais da área da saúde a adicionar
atividade física à prescrição de tratamentos.
Em Porto Alegre, o Instituto Companhia Athletica lançou a campanha Médico
Ativo, seguindo a mesma lógica. A academia, que tem a certificação da Medical
Fitness Association, concedida a locais que atendem a padrões relacionados à
integração médica e à continuidade dos cuidados a alunos com disfunções ou
patologias ligadas ao estilo de vida sedentário, criou um prontuário para firmar
o compromisso.
— Pesquisas mostram que a adesão do atleta ao exercício físico aumenta em 30%
quando o médico passa a recomendação por escrito — diz o educador físico Matheus
Ferrareze.
Além de médico e paciente, fazem parte do "tratamento" educador físico,
nutricionista, fisioterapeuta e psicólogo. Os professores têm uma hora semanal
de sua carga horária dedicada ao contato com os médicos dos alunos.
— Quem ganha é o paciente, que tem não só a melhora fisiológica, mas também
um benefício psicológico importante — analisa o cirurgião-geral Clóvis Campos,
um dos consultores da academia.
O consultor de TI Rafael Galinari, 30 anos, confirma o diagnóstico do médico.
Em dezembro de 2010, pesando 118 quilos e trabalhando até 16 horas por dia,
recebeu um ultimato do cardiologista.
— Colesterol, pressão, estava tudo irregular. O médico disse que se
continuasse assim eu não ia muito longe — lembra.
Natural de Maringá, na época morando em Curitiba, o paranaense resolveu mudar
para Porto Alegre. Em janeiro de 2012, passou mal durante um jogo de futebol com
os colegas de trabalho. Era a deixa que precisava para mudar o estilo de
vida.
Hoje, 27 quilos mais magro, aproveita a flexibilidade de horários do novo
emprego para fazer exercícios duas vezes ao dia: musculação pela manhã e muay
thai à noite. Com consultoria nutricional, conseguiu melhorar todas as
marcas.
— Eu acordava todos os dias com dor de cabeça, não aguentava subir um lance
de escada, agora sou o que mais corre no futebol e fico louco quando não consigo
vir para a academia, é um "vício" — relata Galinari.
A aceitação social é outro fator enumerado pelo jovem entre os benefícios que
a nova rotina lhe trouxe. O médico Clóvis Campos concorda que o desejo de se
exercitar está "na moda". No conjunto dos fatores, tanto físico quanto social,
há uma melhora inegável na autoestima. A única ressalva do médico é para que os
atletas aspirantes tenham cautela e procurem orientação para encontrar a
atividade que lhe seja mais segura e adequada.
Cinco razões para incluir atividade física no tratamento
— Risco de disfunção cardiovascular cai em 40%
— Incidência de diabetes reduz pela metade
— Hipertensão arterial diminui em 50%
— Mortalidade e risco de recorrência de câncer de mama é 50% menor
— Risco de câncer de cólon diminui em torno de 60%
Fonte Zero Hora
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