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terça-feira, 30 de outubro de 2012

Projeto pretende treinar médicos para prescrever exercício físico

Atividade reflete tanto no bem-estar fisiológico quanto no psicológico do paciente, diz médico
 
E se o médico lhe desse uma receita indicando a ingestão diária de caminhada em doses de 30 minutos? Pois um projeto criado em 2007 pelo Colégio Americano de Medicina Esportiva pretende capacitar profissionais da área da saúde a adicionar atividade física à prescrição de tratamentos.
 
Em Porto Alegre, o Instituto Companhia Athletica lançou a campanha Médico Ativo, seguindo a mesma lógica. A academia, que tem a certificação da Medical Fitness Association, concedida a locais que atendem a padrões relacionados à integração médica e à continuidade dos cuidados a alunos com disfunções ou patologias ligadas ao estilo de vida sedentário, criou um prontuário para firmar o compromisso.
 
— Pesquisas mostram que a adesão do atleta ao exercício físico aumenta em 30% quando o médico passa a recomendação por escrito — diz o educador físico Matheus Ferrareze.
 
Além de médico e paciente, fazem parte do "tratamento" educador físico, nutricionista, fisioterapeuta e psicólogo. Os professores têm uma hora semanal de sua carga horária dedicada ao contato com os médicos dos alunos.
 
— Quem ganha é o paciente, que tem não só a melhora fisiológica, mas também um benefício psicológico importante — analisa o cirurgião-geral Clóvis Campos, um dos consultores da academia.
 
O consultor de TI Rafael Galinari, 30 anos, confirma o diagnóstico do médico. Em dezembro de 2010, pesando 118 quilos e trabalhando até 16 horas por dia, recebeu um ultimato do cardiologista.
 
— Colesterol, pressão, estava tudo irregular. O médico disse que se continuasse assim eu não ia muito longe — lembra.
 
Natural de Maringá, na época morando em Curitiba, o paranaense resolveu mudar para Porto Alegre. Em janeiro de 2012, passou mal durante um jogo de futebol com os colegas de trabalho. Era a deixa que precisava para mudar o estilo de vida.
 
Hoje, 27 quilos mais magro, aproveita a flexibilidade de horários do novo emprego para fazer exercícios duas vezes ao dia: musculação pela manhã e muay thai à noite. Com consultoria nutricional, conseguiu melhorar todas as marcas.
 
— Eu acordava todos os dias com dor de cabeça, não aguentava subir um lance de escada, agora sou o que mais corre no futebol e fico louco quando não consigo vir para a academia, é um "vício" — relata Galinari.
 
A aceitação social é outro fator enumerado pelo jovem entre os benefícios que a nova rotina lhe trouxe. O médico Clóvis Campos concorda que o desejo de se exercitar está "na moda". No conjunto dos fatores, tanto físico quanto social, há uma melhora inegável na autoestima. A única ressalva do médico é para que os atletas aspirantes tenham cautela e procurem orientação para encontrar a atividade que lhe seja mais segura e adequada.
 
Cinco razões para incluir atividade física no tratamento
— Risco de disfunção cardiovascular cai em 40%
 
— Incidência de diabetes reduz pela metade
 
— Hipertensão arterial diminui em 50%
 
— Mortalidade e risco de recorrência de câncer de mama é 50% menor
 
— Risco de câncer de cólon diminui em torno de 60%
 
Fonte Zero Hora

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