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terça-feira, 30 de outubro de 2012

Mulheres que sofrem de enxaqueca devem ter cuidado na escolha de anticoncepcionais

Estudo mostra que uso de contraceptivos orais por portadoras de enxaqueca e risco cardiovascular dobra chances de AVC
 
A cefaleia afeta quase 40% das mulheres na sua vida reprodutiva, fase em que a anticoncepção hormonal é o método mais utilizado para a realização do planejamento familiar. No entanto, se a dor de cabeça está presente, principalmente a enxaqueca, elas têm de tomar cuidado na hora de usar anticoncepcionais.
 
No caso da enxaqueca comum (sem aura), que acomete 11% das mulheres, segundo o Estudo Americano de Prevalência e Prevenção das Enxaquecas, os anticoncepcionais hormonais combinados (estrogênio e progestagênio) podem ser usados, mas com algumas limitações. Em mulheres sem patologias cardiovasculares prévias, podem ser tomados somente até os 35 anos. Após essa idade, há um aumento da incidência de acidente vascular cerebral (AVC), e, nesse caso, os métodos combinados são considerados categoria 3 nos Critérios de Elegibilidade para o Uso de Anticoncepcionais da Organização Mundial da Saúde (OMS).
 
— Isso quer dizer que ele só deve ser usado em pacientes com enxaqueca sem aura e nessa faixa etária quando não houver outra forma disponível efetiva de anticoncepção. O ginecologista, porém, deve ficar atento a mulheres que iniciaram anticoncepção hormonal combinada e não apresentavam enxaqueca e, de um momento para outro, passaram a manifestá-la. Nesse caso, esse tipo de método deve ser suspenso — explica Jarbas Magalhães, secretário da Comissão Nacional de Anticoncepção da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo).
 
Já a enxaqueca com aura, um complexo de sintomas neurológicos que ocorre imediatamente antes ou ao longo do surgimento da enxaqueca, presente em 5% das mulheres, segundo o mesmo estudo, está associada a riscos independentes de fenômenos cardiovasculares e pode ser agravada intensamente pelo uso de anticoncepcionais hormonais combinados. Se as mulheres usuárias forem fumantes, o risco é considerado inaceitável para a OMS e para a Sociedade Internacional de Cefaleia.
 
Um estudo recente realizado com mulheres com mais de 45 anos mostrou que a enxaqueca com aura se associa a um aumento significativo de maior risco cardiovascular (infarto de miocárdio e AVC isquêmico) e a um número significativo de mortes devido à doença cardiovascular isquêmica. O levantamento mostrou ainda que o risco de AVC isquêmico em mulheres com menos de 45 anos foi de 3,6. Nas mulheres que usavam anticoncepcionais orais combinados com estrogênios, o risco teve um aumento significativo e expressivo: 7,2. Além disso, outros autores mostraram aumento de risco exponencial para AVC em mulheres usuárias de anticoncepcionais hormonais combinados que eram fumantes.
 
Por essas razões, os anticoncepcionais hormonais combinados são contraindicados nos casos de enxaqueca com aura ou enxaquecas complexas e devem ser evitados nos casos de enxaqueca comum, nos quais as mulheres tenham outros riscos envolvidos, segundo Magalhães. Como alternativa, as mulheres têm à sua disposição métodos anticoncepcionais não hormonais e métodos hormonais somente com progestagênios, como pílula (desogestrel), implante subdérmico (etonogestrel) e DIU liberador de hormônio (levonorgestrel).
 
O tema faz parte das discussões do XVI Congresso Sul-Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia e I Jornada Sul-Brasileira de Mastologia, que ocorrem no Costão do Santinho Resort, em Florianópolis, Santa Catarina, até esta quarta-feira.
 
Fonte Zero Hora

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